A realidade na Ponte Preta: falta gente do ramo na diretoria executiva para tocar o futebol profissional

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Acompanho o noticiário do futebol nacional e observo : o Grêmio, após a demissão do técnico Renato Portaluppi, não queria definir o novo comandante do banco de reservas e sim o novo titular da vice-presidência de futebol. Cargo estatutário. No Corinthians, o estatuto é cumprido é Roberto de Andrade é o titular da diretoria de futebol masculino.

Outros clubes resolveram abraçar o profissionalismo. Anderson Barros e Cícero Souza são executivos pagos pelo Palmeiras para cuidar do futebol profissional. No São Paulo, Muricy Ramalho obedece as doutrinas estabelecidas pelo presidente Julio Cazares.  O multicampeão Flamengo, por sua vez, tem em Marcos Braz o dirigente estatutário encarregado de cuidar do rubro-negro.

E a Ponte Preta? Encontra-se no limbo. Nem um lado e nem outro. Isso explica em boa parte a falta de confiança da torcida não só em Fábio Moreno como na própria agremiação.

Por querer transformar o clube em empresa, Tiãozinho abriu mão de nomear um diretor de futebol. Previsto no estatuto. Uma falha que foi atenuada durante muito tempo porque Gustavo Bueno era o executivo de futebol ao lado do próprio Fábio Moreno que era o coordenador.

Com a saída de um e o deslocamento de outro tudo desmoronou. Alarcon Pacheco pode até nutrir boas intenções e fazer contratações pontuais – como a Niltinho – e ser remunerado para tocar o departamento de futebol, mas falta-lhe o principal: o respaldo estatutário para planejar, estabelecer diretrizes e um modelo de trabalho.

A aberração é tamanha que o processo de uniformização da Ponte Preta desde as categorias de base até o profissional é tocado por Fábio Moreno. Diretoria Executiva? Como ninguém entende do riscado apenas observam. Se o diretor de futebol estivesse nomeado, o papo seria bem diferente.

Para ser mais direto, falta alguém como Peri Chaib. Ou se ressente de alguém como Marco Antonio Eberlin, que ocupou o cargo de diretor e de vice-presidente de futebol.

Mesmo quando cuidou do futebol entre 2011 e 2014, Márcio Della Volpe tinha o respaldo do estatuto ou do próprio organograma da Macaca. Em um primeiro momento como integrante do comitê gestor e depois como presidente. E alguém ligado diretamente a diretoria executiva gerou frutos.

Cada clube tem sua característica. E na Ponte Preta, já passou da hora de se formar dirigentes que entendam futebol e que estejam integrados a diretoria. Todos antenados com os métodos administrativos existentes na atualidade. Não dá mais para viver de improviso. Ou fazer de contar que determinadas funções não são necessárias.

(Elias Aredes Junior)