A torcida fala e a diretoria não escuta. Arquibancada pressiona e o silêncio é a resposta. Até quando a Ponte Preta viverá assim?

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Nos três confrontos diante de times de médio porte ( Atlético-GO, Avaí e Bahia) um ponto somado. Time previsível, sem inspiração e com jogadas datadas. O adversário não é surpreendido. Para completar o quadro desfavorável, o próximo jogo será diante de um candidato ao título da Copa Libertadores. Pergunta presente no ar: como Gilson Kleina poderá inverter o quadro de desesperança e desconfiança na Ponte Preta em tão curto espaço de tempo?

Antes de qualquer argumento, é bom que seja elogiada a postura do treinador na coletiva pós jogo diante do tricolor baiano. Admitiu a má fase, reconheceu as dificuldades e prometeu que fará de tudo para colocar  a Macaca na trilha da vitória.

É preciso ir além. A recuperação no Brasileirão ultrapassa as cobranças da Comissão Técnica. Dois personagens precisam entrar em campo. Caso contrário, o futuro é incerto. Atendem pelos nomes de torcida e diretoria executiva.

Após o jogo contra o Grêmio, a Alvinegra terá em Campinas os confrontos contra Coritiba, Fluminense e Vasco no Majestoso até o final do turno inicial. Três vitórias e os 24 pontos que afastam da zona de rebaixamento estarão assegurados. Para que isso seja obtido a pressão das arquibancadas terá que ser insana contra os oponentes. De preferência, com a presença de boa parte dos associados do programa de Sócio Torcedor. A parceria é necessária porque o elenco é limitado. Não tem opções para reverter um quadro por conta própria. Ou dá para acreditar em bom futebol por parte de Naldo, Jadson, Lins, Negueba e outros menos cotados? Duro a existência de um obstáculo aparentemente indestrutível: o litigio da torcida com a diretoria executiva. A média de pública é pífia e qualquer declaração de Sérgio Carnielli, Vanderlei Pereira ou outro integrante infelizmente não é levado a sério.

Por quê? Esta é uma paisagem gerada pela própria diretoria. Há três anos não existe interlocução da diretoria com a imprensa e consequentemente com a torcida. As entrevistas são raras e dispersas e qualquer sinal de crise com a Comissão Técnica a tática do avestruz era adotada: não é comigo, não tenho nada a ver com isso. Ou seja, não se banca o trabalho antes considerado perfeito. Foi assim com Guto Ferreira, Doriva, Felipe Moreira, Alexandre Gallo, Eduardo Baptista e agora com Gilson Kleina. A Ponte Preta venceu? Quem sabe a direção aparece. Perdeu? Não tenho nada com isso. O silencio joga com a camisa 10.

A Ponte Preta é um clube de futebol. Norteada por princípios administrativos e financeiros sérios e que devem ser elogiados. Antes de tudo é uma agremiação voltada para a modalidade mais popular do planeta. O que se espera é que seus comandantes, sejam eles presidentes ou diretores entendam do assunto, detectem os problemas de gestão de vestiário e forneçam o suporte por intermédio do conhecimento para chegar aos objetivos traçados.

Aplicar um conceito básico aplicado por anos e anos por gente como Adhemar Perin, Pedro Antonio Chaib e até as personas non gratas da atual diretoria que são  Márcio Della Volpe e Marco Antonio Eberlim: disposição para conversar incessantemente com o torcedor e fazê-lo abraçar o time. Sem uma torcida presente e uma diretoria antenada acredite: nem Pepe Guardiola dá jeito em um elenco limitado de opções.

(análise feita por Elias Aredes Junior)