Análise: Lisca não fica e Palmeron toma medida correta no Guarani

1
1.012 views

Existe uma norma recorrente no mundo corporativo. O patrão tem três direitos: contratar, promover e demitir. Desde que tudo seja feito com ética e decência. Lisca está fora do Guarani. Pediu aumento salarial, o presidente Palmeron Mendes recusou e o treinador, de imediato, dirigiu-se ao Criciúma para negociar um novo emprego, como retratado na segunda-feira (27) neste Só Dérbi.

A decisão tomada pelo Conselho de Administração foi o maior acerto deste ano de 2017. Um golaço em todos os sentidos. Porque entre saldo positivo e negativo a permanência do treinador traria muito mais dor de cabeça do que júbilo e contentamento.

O retrospecto recente produziria temeridade sobre o futuro. O aproveitamento de 33,33% é pífio. Para que se tenha uma ideia, o Santa Cruz terminou a segundona com 32% de aproveitamento, enquanto que ABC e Náutico tiveram 29% e 28%, respectivamente. Ou seja, se Lisca mantivesse tal padrão desde a primeira rodada, o rebaixamento seria consumado. Não vamos dourar a pílula: o trabalho de Vadão salvou o Guarani.

Além da questão de aproveitamento, o relacionamento interpessoal de Lisca era complicado. Nos bastidores, existem relato de diversas discussões e componentes de vestiários. Mais: há um histórico de conflitos com dirigentes em outros clubes pelos quais Lisca passou. Não só o Paraná. Isto significa que, apesar de ter conduzido um bom relacionamento em boa parte do tempo, a chance de final infeliz seria imensa.

Conhecido no mercado como um técnico bombeiro, queria utilizar o Guarani para firmar sua imagem de construtor de trabalho. E em um clube inserido na Série A-2 do Campeonato Paulista seria temeridade entregar a chave do clube para um novato em relação ao interior paulista.

Tem bons conceitos táticos? Sim. Dá bons treinos? Não há dúvida. Mas futebol vai muito além da prancheta. É preciso capacidade de diálogo, sagacidade para fazer alianças e nunca fechar a porta para quem pretende até lhe deixar no meio do caminho.

O Guarani precisa de um profissional com conhecimento de Série A-2, capaz de montar um bom time e com capacidade de realizar bom papel durante o ano inteiro. Para conseguir completar o ciclo, o passo inicial foi dado de maneira correta. Palmeron acertou. Sorte do Guarani.

(análise de Elias Aredes Junior/foto: portal CBN Campinas)

1 Comentário

  1. Desculpa, é bairrismo achar a Serie A2 esse bicho de 7 cabeças,mas concordo que a permanência do Lisca era uma grande incógnita.A única coisa que preocupa é a diretoria colocar um treinador submisso,que aceite palpite de quem não entende nada de futebol.