Apresentação da Arena na prefeitura: sem empatia com o torcedor de baixa renda, não há Power Point que dê jeito

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O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos) recebeu na tarde desta quinta-feira, a visita de uma comissão da Ponte Preta para a apresentação do projeto de construção da Arena no local em que está na atualidade o Centro de Treinamento do Jardim Eulina. Imagens e vídeos de Power Point, apoio das autoridades locais e tudo parece resolvido. Não está.

A visita reforça o principal defeito de condução do projeto da Arena em todo esse tempo: atenção total a elite política e econômica da cidade e total desprezo as necessidades das camadas populares. Sim, sem recursos e apoio público nada acontece. Agora, uma pergunta: se a Macaca é um clube popular o que justifica tal fissura em transformar o estádio em ponto de hight society e não em um local destinado a todas as classes sociais?

A comissão formada por Sérgio Carnielli, Hélio Kauzo e Eduardo Lacerda, sob o ponto de vista corporativo não há como contestar: homens bem sucedidos, com negócios de vento em popa ou com uma carreira existosa em gabinetes. São pontepretanos? Não há dúvida. Só existe um entrave: a empatia com as arquibancadas é zero. Repito: zero.

Perceba que já se passou mais de sete ou oito anos desde o lançamento do projeto e nunca, jamais nenhum dos responsáveis ou estas personalidades que estiveram presentes na reunião com o Prefeito nunca fizeram qualquer questão de mostrar legitimo interesse e preocupação com os torcedores de baixa renda.  Respostas vagas, explicações que mais adiam do que esclarecem e a elitização fica cada vez mais próxima. E o pobre? Na rua.

Em contrapartida, prestar contas ao poder estabelecido  parece algo urgente. Não é.

O que Carnielli, Lacerda e kazuo não entendem é simples: quem precisa encontrar-se convencido da necessidade da arena é o torcedor. E vou além: é o tipo do assunto que sem unanimidade a discorda prevalecerá. Mesmo se aqueles que são contra ou favor da arena apresentarem pesquisas que lhe favoreçam a oposição será suficiente para deixar feridas eternas.

Ao ver a foto de Lacerda, Kazuo e Carnielli com Dário Saadi,algumas questões vieram a minha mente: será que o trio e os apoiadores da arena estão preocupados com o torcedor de baixa renda? Será que para eles é só gente das classes A e B que tem direito a conforto e luxo? Sim, porque afirmar que vai reservar ingressos para gente remediada e sofrida para ficar atrás do gol e no ultimo andar é puro exercício de hipocrisia.

Ao invés de gastarem saliva com os detentores do poder, que tal um diálogo sincero com a torcida? O que impede ouvir críticas sobre o projeto? Por que descartar o Majestoso? Talvez pontepretanos sensíveis já teriam a resposta na ponta da língua.

Fato é que sem um banho de empatia com o torcedor pontepretano não há Power Point que dê jeito.

(Elias Aredes Junior- Foto de Carlos Bassan- Prefeitura Municipal de Campinas-Divulgação)