As promessas cumpridas (ou não) de Vanderlei Pereira na Ponte Preta

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De dezembro de 2014, quando foi aclamado presidente da Ponte Preta, até o último mês do seu primeiro mandato, Vanderlei Pereira optou pela discrição, mas assumiu compromissos como homem responsável pela caneta mais poderosa do clube – ao menos oficialmente. O Só Dérbi listou algumas das promessas feitas pelo dirigente da Macaca e explica o que foi feito ou não.

FINANÇAS EQUILIBRADAS – CUMPRIU
Equilibrar a vida financeira da Ponte Preta era uma das principais preocupações de Vanderlei Pereira. Logo no primeiro discurso, o presidente – antes diretor financeiro da equipe na gestão de Márcio Della Volpe -, prometeu andar na linha para não atrasar salários. “Não adianta montar time forte com condições financeiras em declínio, porque daí você perdura por alguns meses e depois joga tudo na lama”, disse. No período com Vanderlei Pereira, não houve registros de atrasos nos vencimentos dos atletas. Alias, a Macaca não registra salários atrasados desde julho de 2014.

SÓCIO TORCEDOR MAIS BARATO DO BRASIL – NÃO CUMPRIU 
No dia 19 de maio de 2017, Vanderlei Pereira lançou uma reformulação no programa de sócios torcedores da Macaca. O presidente garantiu que o TC10, lançado com preços a partir de R$ 39,90, era o mais barato entre os clubes brasileiros. A reportagem do Só Dérbi comprovou que não era bem assim. Planos de equipes como Botafogo, Sport e Avaí são mais acessíveis as classes populares em relação ao programa da Ponte.

NOVA FORNECEDORA DE MATERIAL ESPORTIVO – CUMPRIU
Logo no começo do mandato, Vanderlei Pereira enfrentou o questionamento dos torcedores em relação a qualidade do material esportivo. Em janeiro de 2015, o presidente pontepretano anunciou um acordo com a Adidas e garantiu um vínculo com uma das principais marcas esportivas do mundo por um contrato de aproximadamente R$ 10 milhões por ano de contrato.

SUBIR DE ESCALAÇÃO NA DISTRIBUIÇÃO DE COTAS – NÃO CUMPRIU
A Ponte Preta está no grupo de equipes que menos recebe da detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Ao lado de Chapecoense, Atlético-GO e Avaí, a Macaca recebe R$ 23 milhões das cotas da Rede Globo. O objetivo de Vanderlei Pereira era de no mínimo chegar ao grupo de Sport, Bahia, Coritiba e Atlético-PR, que recebem R$ 35 milhões apenas da TV, mas o objetivo não foi cumprido e uma distribuição de cotas só deve acontecer a partir de 2019 com a chegada do Esporte Interativo nas transmissões do Brasileirão.

MAIS PROMOÇÃO DE INGRESSOS – CUMPRIU
No dia 21 de maio de 2017, após recordes de público no Paulistão, Vanderlei Pereira prometeu manter a política de ingressos com preços acessíveis durante o Brasileirão. Mesmo com uma média de público baixa, a Macaca manteve promoção em jogos importantes e contra grandes equipes. A maior prova disso foram os confrontos recentes contra Flamengo, Santos e Corinthians. Na próxima rodada, diante do Grêmio, o ingresso seguirá sendo comercializado a R$ 10.

MANUTENÇÃO DO ELENCO DE UM ANO PARA O OUTRO – NÃO CUMPRIU 
Em outubro de 2016, mediante as especulações sobre a saída de Pottker, a direção da Ponte Preta prometeu se organizar para manter a base da equipe de um ano para o outro. A transição não ocorreu nem em 2016 e muito menos em 2017. Na última temporada, além de trocar o técnico, a Macaca iniciou o ano apenas com quatro titulares da campanha anterior. Jogadores como Grolli, Reinaldo, Maycon, Thiago Galhardo, Rhayner, Roger e Wellington Paulista foram negociados.

NÃO VENDER MANDO DE JOGO – CUMPRIU 
Em maio de 2015, a Ponte Preta confirmou a venda do mando de campo para a partida contra o Palmeiras no Brasileirão daquele ano. A partida, que seria disputada em Campinas, acabou sendo realizada na Arena Pantanal e repercutiu mal dentro do Moisés Lucarelli. A direção da Macaca, através do presidente Vanderlei Pereira e do vice Dimarzio, prometeu não fazer mais esse tipo de negociação e cumpriu a promessa desde então.

CLAREZA NAS NEGOCIAÇÕES – NÃO CUMPRIU
Agir com clareza nas negociações é um problema de muito tempo na Ponte Preta e que Vanderlei Pereira não conseguiu mudar. A torcida ainda cobra esclarecimentos sobre a venda de alguns jogadores como Leandrinho e Ravanelli. Além disso, a direção da Macaca desmentiu a reportagem em negociações como a de William Pottker no Corinthians (depois a própria direção admitiu que tinha tudo encaminhado) ou a chegada de Matheus Cassini.

DISPUTA POR TÍTULO NO PAULISTÃO – CUMPRIU 
Após a disputa do Brasileirão de 2015, o presidente Vanderlei Pereira foi alvo de críticas por falta de ambição. Após atingir a pontuação necessária na competição nacional, a equipe de Guto Ferreira – e depois Felipe Moreira -, relaxou e não somou vitórias na reta final. Para alegar comprometimento, Vanderlei afirmou que ainda no seu mandato a equipe alvinegra disputaria uma final de Paulistão: o que ocorreu em 2017.

“CONTRATAMOS O NOVO NEYMAR” – NÃO CUMPRIU
Vanderlei Pereira evita a imprensa. Mas sempre que fala gera repercussão. E nem sempre positiva. No final do ano passado, em entrevista aos canais Fox, o presidente pontepretano afirmou que a equipe contratou o ‘novo Neymar’. O jovem Júlio Vitor, ex-destaque do Rio Branco e do Brasil sub-17, vai completar um ano de clube e não conseguiu ser aproveitado nem na equipe sub-17 e nem no time sub-20. Sendo assim, a Ponte NÃO contratou nenhum Neymar.

CAIXA FEDERAL COMO PATROCINADORA – CUMPRIU
Após a campanha de destaque no Brasileirão de 2016, a Ponte Preta queria alavancar a marca com um novo patrocinador master. Em dezembro do ano passado, a diretoria iniciou as negociações com a Caixa e em menos de dois meses anunciou o acordo oficialmente.

REAPROXIMAÇÃO DO TORCEDOR – NÃO CUMPRIU
Após uma gestão dividida na era Della Volpe, Vanderlei Pereira assumiu a Ponte Preta e não obteve uma boa resposta dos torcedores em 2015. Mesmo com a manutenção na elite naquele ano, a diretoria foi cobrada para ser mais ‘ambiciosa’. Na atual temporada, após o vice-campeonato no Paulistão, o torcedor voltou a se frustrar e se distanciou da equipe em relação a presença no Majestoso. Apesar de excelentes públicos contra Flamengo, Santos e Corinthians, a Macaca segue como a segunda pior média na presença dos torcedores. A média de 5.800 pontepretanos por jogo é superior apenas ao lanterna Atlético-GO (5.134 torcedores por jogo). Vanderlei segue como alvo da torcida e não conseguiu realizar a aproximação entre diretoria e os adeptos do clube.

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)