Eduardo Baptista conseguirá demonstrar eficiência com escassez de recursos humanos?

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Eduardo Baptista admitiu que sua atual estadia na Ponte Preta é o principal desafio da carreira. Pegou a equipe em queda de rendimento, lida com pressão absurda das arquibancadas e paga o preço por erros de contratações e de planejamento. Convive com a zona do rebaixamento. Só que este não é seu empecilho maior. O técnico pontepretano terá que comprovar de que é capaz de administrar escassez de recursos humanos.

Os bons trabalhos de Eduardo Baptista tanto no Sport como na própria Ponte Preta foram viabilizados em conjuntura especial. No time pernambucano, o orçamento não é desprezível, sendo que neste ano no primeiro semestre encontrava-se na média em R$ 2,2 milhões mensais para o departamento de futebol. Na Macaca, a estimativa é que a Folha Salarial gire em torno de R$ 1,5 milhões. Como exemplo, veja o time base que empatou com a própria Ponte Preta por 1 a 1 no dia 16 de agosto de 2015 e que era treinado por Eduardo Baptista: Danilo Fernandes; Ferrugem, Matheus Ferraz, Durval e Renê;

Rithely, Rodrigo Mancha, Diego Souza, Marlone e Élber (Régis); André. De quebra, Hernane estava na reserva. Ou seja, dentro da conjuntura histórica do Leão da Ilha, existia abundância de opções ofensivas.

No ano seguinte, guardadas as devidas proporções, o técnico viveu a mesma conjuntura na Macaca pois tinha alternativas de ataque ou meio-campo os seguintes atletas: Rhayner, Felipe Azevedo, Roger, William Pottker e Clayson.

Detalhe: Pottker não era titular e vivia sendo acionado do banco de reservas. Ficou com a artilharia do Brasileirão com 14 gols. Coincidência ou não, os tempos de fartura de Eduardo Baptista no Sport lhe abriu as portas ao Fluminense, em que decepcionou e a estadia na Macaca foi o passaporte para assumir o Palmeiras, com novo revés no currículo.

E agora? A escassez é a palavra de ordem. No ataque, suas opções são um centroavante de rendimento irregular (Lucca) e um atacante de boa qualidade técnica, mas no ocaso da carreira e sem condições de embalar uma sequencia de dois ou três jogos. Na armação, Renato Cajá é uma decepção, Leo Artur não emplaca e os volantes mais técnicos que poderia quebrar o galho só produzem uma decepção atrás da outra, como Fernando Bob, Elton, Jadson e Naldo.

Em qualquer outro clube, diante de conjuntura tão adversa, Eduardo ganharia indulto. Não é caso. Por que? Basta relembrar que Abel Braga em 2003 enfrentou meses e meses de salários atrasados e comandou um time limitado que conseguiu a permanência na divisão de elite.

No Brasileirão de 2012, o elenco não arrancava suspiros e graças ao trabalho de Gilson Kleina e posteriormente de Guto Fereira, a equipe obteve a permanência sem sustos. Resumo da fábula: se conversasse com o apresentador Fausto Silva, o treinador pontepretano diante desta cruel realidade ouviria a simbólica frase: “Se vira nos 30”.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Já que Cajá segundo ouvi nas rádios está em fase de transição, ou seja da não escalação para as férias e faltam poucas rodadas, será que o melhor não é escalar Aranha, Jeferson na direita e Barcelos na esquerda. Dois zagueiros. Wendel, Sheik. Naldo e Lucca. Gamalho e Saraiva.
    Sem atacantes de beiradas. Esta idiotice que impera nas mentes dos idiotas de plantão.
    Qual time brasileiro que faz sucesso usa ¨atacantes de beiradas¨?
    O Timão não. joga triangulando.
    O Grêmio não. Joga em linha e com atacantes que fecham.
    O São paulo não. Até jogava, quando estava na zona. Hernanes chegou, fez nove gols em 16 jogos, e não foi jogando pelas beiradas, de onde também se mandou Cuevas.
    O Flamengo não. Joga em linha, laterais apoiam e até Araão é elemento surpresa. Mas não usa um atacante pelas beiradas.
    O Cruzeiro não. Ou foi campeão da Copa do Brasil usando algum?
    Enfim, se Eduardo Batista quiser realmente fazer a diferença no time que tanto diz amar, terá que se reinventar.
    Ou passar pela história da Ponte Preta como apenas mais um.
    Mais um que não ousou nem tentar….