Até quando o futebol campineiro não permitirá o sonho e a fantasia às crianças?

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Nesta época de natal, é comum a troca de presentes. Amigo secreto ou o homem maduro que se fantasia de papai Noel. Ou ainda as diversas ações caridosas focadas em crianças. No futebol europeu, o natal é palco de ações comoventes. Na Itália, Cristiano Ronaldo visitou uma criança em um hospital que tinha o sonho de lhe conhecer. No Liverpool, os jogadores protagonizaram uma divertida surpresa para crianças de uma escola.

A criança é o alicerce da paixão pelo futebol. É por intermédio de sua pureza e devoção que o esporte é renovado. Veste a camisa do seu time e sua mente voa e imagina peripécias ao incorporar o craque do seu coração.

A realidade deve ser vivida pelos adultos. A fantasia pelas crianças. Em Campinas, homens e mulheres distorcem a realidade para não encararem a verdade e a fantasia, o sonho, todos esses deleites fornecidos pela vida foram tirados das crianças.

Quantas crianças com camisas de Ponte Preta e Guarani você presencia  nas ruas? Quantos abraçam a paixão a ponto de se sentirem por alguns minutos donos do futebol de um André Luiz, Fumagalli,  Ricardinho, Ivan?

Vivemos um instante melancólico no futebol campineiro. Não temos esperança. Abraçamos a mediocridade como uma âncora de sobrevivência. Não queremos entender e compreender que tal cenário é consequência do fim do sonho infantil, da idealização de Ponte Preta e Guarani como oásis de alegria, de jubilo.

Vemos nossos filhos torcerem para Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, equipes européis e somos incapazes de reagir. Pelo contrário. Diante do processo aparentemente inexorável de diminuição do futebol campineiro ficamos reféns de vídeos do you tube. Estamos presos a época de ouro. “Eu era feliz e sabia. Azar de quem nunca mais será”. É a mensagem da mente individualista e sem sentido reinante em torcida, imprensa e dirigentes. Tudo acaba. Lentamente.

E a crianças? Essas ficam desesperadas em sonhar. É da vida. Querem algo para recordar na vida adulta. Não temos nada a oferecer. Nem nos esforçamos para tal. Que no próximo natal, Guarani e Ponte Preta produzam sorrisos em milhares de crianças. Será um sinal de que nem tudo está perdido.

(análise feita por Elias Aredes Junior)