Casagrande e uma reflexão para 2019: a verdade precisa vestir a camisa 10 no futebol campineiro

0
3.355 views

Neste final de ano as emissoras de televisão fechada preparam diversos especiais e o Sportv resolveu lançar o programa “Grande Círculo”, de apresentação do narrador Milton Leite. E coube ao ex-jogador Casagrande, consciente e de espírito critico, protagonizar o melhor momento da entrevista com Tite.

Casão  não titubeou e falou com todas as letras o erro de permitir falta de concentração antes da partida de estreia na Copa do Mundo contra a Suiça. Tite balançou, buscou desculpas, mas a análise cortante era irrefutável. Casagrande, um ex-jogador, cumpriu a missão de todo e qualquer jornalista: criticar com embasamento e exigir uma postura dos interlocutores.

Este momento me fez pensar se em Campinas se todos nós, cronistas esportivos, não podemos melhorar a nossa atuação, especialmente em relação aos dirigentes. Por que ficamos melindrados em criticá-los?

Por que Palmeron Mendes Filho e José Armando Abdalla Junior só podem ser bajulados? O que justifica a produção de elogios eloquentes se os dois clubes de Campinas estão distantes em termos de infraestrutura dos principais centros do futebol nacional? Porque a adoção de um tratamento “não me toque” quando os comandantes estão de frente ao microfone de rádios, televisões ou em uma entrevista coletiva?

Temos torcedores bugrinos e pontepretanos que ainda vivem um mundo de fantasia. Acreditam que estamos nas décadas de 1970, 1980 e 1990 e somos capazes de sapatear em cima dos gigantes paulistas e das outras potências do futebol brasileiro. Não podemos. Estamos atrasados. Defasados. E não queremos encarar a verdade.

A grande lição deixada por esse embate entre Casagrande e Tite é que a verdade incomoda, mas é libertadora e provoca reflexão.

Que em 2019 torcedores, dirigentes e jornalistas esportivos vejam que Campinas só vai sonhar com o retorno de bons tempos se a bajulação for colocada no banco de reservas e a verdade for a camisa 10 do trabalho jornalístico e a condutora nos gabinetes do Majestoso e Brinco de Ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)