Ato de torcer modifica-se de modo vertiginoso no Brasil e no mundo. O futebol campineiro está preparado?

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Jornalista econômico com mais de 50 anos de experiência, Luis Nassif aconselha repórteres e colunistas a fugirem do efeito manada. O que seria? Pega-se uma ideia rasa, adota-se os seus slogans e joga-se na lata do lixo a reflexão e a troca de ideias.

A missão do jornalismo é oferecer o contraponto e instigar o debate. Nos últimos anos, torcedores de Guarani e Ponte Preta adotaram tese comum, que a modernidade por si só fará tudo novo, sem medir as consequências.

Ignora-se mudanças empreendidas no futebol e no comportamento ao ato de torcer, que produz consequências novas ou desagradáveis.

Um exemplo foi dado nesta semana em reportagem do portal Uol, assinado por Gabriel Carneiro e que traz detalhes de um estudo bancado por clubes europeus e que ouviu torcedores brasileiro sobre o que esperar do torcedor do futebol. Ou seja, qual será seu comportamento.

No que se refere ao futebol brasileiros, os dados são reveladores: 24% encaram o futebol como um compromisso social, ou seja, um assunto para discutir com os amigos no dia seguinte enquanto que 19% acompanham só os grandes eventos.

Enquadrado na condição de fanáticos estão 14% dos torcedores brasileiros enquanto que outros 15% são leais ao time. Dos 12% dos entrevistados brazucas, a fidelidade é direcionada a um jogador.  Se transportarmos esses resultados para as torcidas de Ponte Preta e Guarani, veremos que o fosso é profundo. Algo que deveria ser objeto de debate não somente para os dirigentes como para os cronistas esportivos.

Pergunta-se: o que foi feito nos últimos anos para combater tal problema? Não seria o caso de investir ainda mais nas categorias de base e assim produzir ídolos locais que cativem torcedores que só buscam acompanhar a carreira de determinado jogador?

Te mais: esses 24% que encaram o futebol como entretenimento não deveriam receber um conteúdo mais denso e diversificado? Como conversar com este público sem cair na alienação e na superficialidade? A pesquisa só demonstra o seguinte: O futebol campineiro discute o supérfluo e esquece do essencial. Infelizmente.

(Elias Aredes Junior)