Ausência de Fernando Bob no Paulistão, escalação na Sul-Americana, estratégia no Pacaembu: os desafios de Gilson Kleina em uma semana decisiva para a Ponte Preta

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Grandes vitórias são construídas após superar obstáculos e armadilhas do destino. A Ponte Preta não fica atrás. O árbitro Salim Fuende gerou uma dor de cabeça ao técnico pontepretano Gilson Kleina: o desfalque de Fernando Bob, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O desfalque fica ainda mais gigantesco diante das dúvidas geradas para a escalação dos próximos jogos: armar um time pela Copa Sul-Americana já com o pensamento no Paulistão ou utilizar Fernando Bob e depois pensar no que fazer? Não é uma equação fácil de resolver diante das variáveis disponíveis.

A solução simples seria escalar Jadson, Elton e Wendell se a predileção for por um meio-campo de  marcação e qualidade na saída de bola. Ou escalar Renato Cajá como armador desde o começo tanto em Campinas como no estádio do Pacaembu. Kleina tem alguns dias para pensar em qual Ponte Preta deseja apostar.

A “primeira” Macaca atuou em boa parte do jogo contra o Santos e ficou notabilizada pela forte marcação e participação ativa dos atacantes pelos lados do campo, prontos para receber a bola na intermediária. Tinha um Lucca solidário no cerco pelo lado esquerdo e Clayson e Pottker instigantes e incisivos para explorar os laterais santistas e suas falhas.

Com a entrada de Renato Cajá a equipe pode ter perdido um pouco de pegada mas ganhou um componente: a criatividade, a imprevisibilidade. Jogadas com técnica apurada e visão de jogo.

É lógico que a escolha de Cajá como titular seria a mais óbvia para os dois jogos. Foi contratado para jogar e fazer a diferença. Alguns componentes não podem ser desprezados. O primeiro é que qualquer equipe argentina, por pior que seja, tem o toque de bola, a catimba e a marcação como ingredientes. Com 30 pontos em 18 rodadas, em um campeonato com 30 equipes não dá para acreditar que o Gimnasia y Esgrima La Plata fuja deste roteiro. Será que jogar com um meia armador clássico e apenas um volante de contenção (Jadson) não abrirá espaço para o futebol de técnica da escola argentina?

A dúvida voltará no Pacaembu. Não por causa de Lucas Lima e sim por Renato. A estratégia implacável empreendida sobre ele travou o Santos. Transformou o esquema de Dorival Junior em algo insosso. Tanto que saiu para dar lugar ao atacante e meia Rafael Longuine. Não há como garantir que o jogador vá repetir outra atuação tão deplorável.

Com tantas variações de cenários, Gilson Kleina tem novo desafio. Por aquilo que já fez em pouco tempo tem atributos e predicados para tomar a melhor decisão.

(analise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Ponte Press)