Ausência de formação de um dirigente estatutário no futebol. A Ponte Preta paga o preço pela falha de gestão de Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira

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Márcio Della Volpe é um nome maldito para os mandatários do Majestoso. Dirigentes querem apagar sua passagem. De 2011 a 2014, deu as cartas no futebol, seja como gestor ou na função de presidente. Caminhava para aprender e sacar das mumunhas da bola.

Nesta panela de pressão gerada pela troca de treinador, um fato fica evidente: a Macaca não preparou ninguém para sucedê-lo. A culpa pela negligência tem nome e sobrenome: Sérgio Carnielli. É o comandante do grupo político. Dá as cartas. Estabelece as diretrizes.

Já se passaram três anos da atual gestão e os torcedores ouviram sobre superávit, lucros exorbitantes, contas em dia, mas nenhum dirigente estatutário foi capaz de comprovar por A mais B que sabe comandar um time de futebol.

Com a negativa de Adilson Batista e a demora na contratação de um novo técnico virou moda criticar Gustavo Bueno. É o gerente remunerado. Deveria encontrar-se atento as demandas. Bancou a nomeação de Felipe Moreira. Apesar das criticas serem justas, atirar pedra no filho de Dicá é fácil.

Que tal aprofundarmos o tema? Pense em Gustavo Bueno como um executivo sim, mas acima de tudo uma pessoa que cumpre ordens. Segue o cronograma da diretoria. Como ele pode seguir diretrizes se seus subordinados não entendem do tema que é a razão de sua gestão? Pois é.

Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira tiveram três anos para escolher alguém para formar e atuar ao lado de Gustavo Bueno. Alguém para frequentar cursos da CBF, tomar contato com executivos de diversos clubes, fazer um tour para conhecer a realidade enfrentada por outras agremiações de porte médio ou buscar programas na UEFA e FIFA que viabilizassem uma sólida formação. Para não dizer que exagero basta dizer que existe a Universidade do Futebol, sob a responsabilidade do preparador físico João Paulo Medina, que promove diversos cursos e artigos relativos ao futebol do mundo.

O escolhido poderia dialogar com gente do naipe de Marco Aurélio Cunha, Eduardo Maluf, Rodrigo Caetano, Alexandre Mattos, Kleber Leite e até o atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre kalil. Gente da bola. Que entende do riscado. Capaz de transmitir experiências e dicas. Bastava treinar UM para exercer a função ao lado de Gustavo Bueno e estaria tudo resolvido. A demissão de Felipe Moreira seria apenas uma etapa administrativa e o substituto estaria escolhido de modo ágil e rápido.

Não custa perguntar: o que fizeram Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira para gerar um novo tarimbado no futebol? Nada. Repito: nada.

Infelizmente, dinheiro e poder são insuficientes para escapar das ciladas da bola. Carnielli e o atual presidente deveriam entender que depositar a culpa em cima de Gustavo Bueno (e ela existe é logico) só disfarça a negligência cometida por eles. É por essas e outras que, mesmo com um rebaixamento no currículo, muitos torcedores não esquecem Márcio Della Volpe. Quanto maior os erros e desencontros, maior fica a lembrança do vice-campeonato da Sul-Americana.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

3 Comentários

  1. Elias, como é sabido nos assuntos relevantes que se referem a Ponte Preta que manda é o Sr. Sérgio Carnielli, nos demais, são seus acólitos. Ele exerce seu poder na Ponte há quase duas décadas com punhos de ferro e nesse tempo todo não permitiu e jamais permitirá que nenhuma outra pessoa lhe faça ou venha lhe fazer um milímetro de sombra sobre seu poder. As únicas pessoas que ousaram desafiá-lo nessas duas décadas – Marco Eberlin e Márcio Della Volpe – são politicamente perseguidas com afinco pelo “presidente de honra”. Como você disse, bater no GB é fácil, afinal ele é um mero acólito do Sr. Carnielli, embora remunerado pela Ponte. Ele está lá para fazer faz tudo o que seu chefe (Carnielli e não Vanderlei Pereira) lhe manda e isso inclui até “apanhar pelo chefe” nas entrevistas coletivas. A Ponte precisa de mudanças estruturais urgentes, o afastamento da torcida do Majestoso é o nítido sinal que o modelo de gestão do Sr. Carnielli se esgotou. Os torcedores se cansaram de ver seu time de coração ser um simples time coadjuvante nas competições que disputa, ser o popular “água de salsicha”, fruto dessa filosofia que é contratar jogadores desconhecidos – as chamadas “apostas” -, que caso se destaquem, gerem polpudos lucros para terceiros e, pra não variar, quase nada ao Clube. A Ponte necessita de gente com mentalidade nova, gente que tenha ambições maiores do que se contentar em simplesmente não ser rebaixada na Série A. Infelizmente o Sr, Carnielli não pode ser demitido e muito menos sofrer impeachment, já que oficialmente não tem cargo algum no Clube. Cabe aos eleitores da Ponte nas próximas eleições mudarem esse cenário.

  2. Esse fato não se restringe a esse ciclo. O Carnielli tem por perfil não permitir o aparecimento de alguém que possa ameaçá-lo. Caso alguém minimamente possa ameaçá-lo, ele rapidamente esforça-se em exterminá-lo. Isso também é verificado nos seus outros negócios (Tecnol no passado por exemplo). O Vanderlei só é o atual presidente porque cumpre as ordens e não ameaça.