Avança processo de destituição dos membros do Conselho de Administração no Guarani. A oposição quer um cheque em branco?

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Não existe vácuo na política. Nem inocentes. Tudo é permeado por interesses. Clubes de futebol não fogem à regra.  Após um abaixo assinado feito por 130 associados, uma Assembléia de Sócios será convocada para o dia 23 de setembro no Guarani. Na pauta, cada membro do Conselho de Administração terá a sua conduta sob análise e uma votação será feita para saber se eles continuam no posto ou se serão excluídos.

Detalhe: como o estatuto do clube não tem uma rito correto e preciso para tais casos, muitos pontos podem ser definidos na própria reunião.

Se a votação for individual, não precisa ser muito inteligente para chegar a conclusão de que Palmeron Mendes Filho e Assis Eurípedes estão quase que excluídos. Eles personificam a crise. Os outros quatro há duvidas. Digamos que todos sejam destituídos e responsabilizados pelas irregularidades constatadas e denunciadas pelo Guarani.

Antes, de tudo um adendo: a atual gestão é a pior da história do Guarani. Sem comparação. Administrativamente e políticamente. Palmeron e seus companheiros de C.A deixarão um clube sob escombros. Destruído e sem perspectiva. Sua administração é indefensável.

O clima de terra arrasada não pode transformar o ódio inconsequente em algo normal. Não é. A incompetência não está presente apenas no grupo de Palmeron. O Guarani é um clube sem quadros políticos. Ninguém no Conselho de Administração e mesmo no quadro associativo. Deserto de ideias e de pessoas.

Dito isso, não é de bom tom conceder cheque em branco para quem suceder. Sim, por que esse é o ponto. Uma série de perguntas não são respondidas por aqueles que lideram o movimento pela destituição do Conselho de Administração. Movimento legitimo, diga-se de passagem. Mas nem assim deve ficar isento de perguntas, questionamentos e cobranças.

Vou enumerar algumas:

1-) Quem é o lider do movimento? Não sejamos hipócritas. Se todo o Conselho de Administração sair alguém será beneficiado. Quem? Horley Senna? Algum empresário? Seria de bom tom dizer logo de cara. Revolução sem lider é baderna disfaçada.

2-) Como fica a questão financeira? Os opositores dizem que o Estatuto permite que apenas o superintendente toque o clube sem a necessidade de algum componente do C.A para assinar os compromissos financeiros. Muita gente ligada ao Palmeron diz o contrário. Quem está certo? Quem pode emitir um parecer sobre o assunto? Detalhe: alguém isento, é lógico. Se ocorrer a necessidade de uma contratação no periodo, quem pode garantir que o time não correrá perigo de perder pontos caso algum adversário aponte que a contratação foi irregular pela falta de uma assinatura na hora do contrato.

3-)Como ficará o planejamento do Campeonato Paulista? Como um movimento sem rosto e sem liderança pode se responsabilizar pelo planejamento do Paulistão? Quem vai fazer? Quem será o responsável pelo futebol? Por que é importante? Simples: até abril do ano que vem um novo Conselho de Administração será eleito.

4-) E o relacionamento com Roberto Graziano? Concordo que o empresário não dá a mínima bola para o Guarani. E que na ânsia de agradar, Palmeron fez ainda mais lambança. Agora, radicalizar é a solução? Colocá-lo para fora do Guarani, sem qualquer diálogo com a Justiça Trabalhista é a solução? Quem dará o respaldo jurídico em caso de rompimento?

5-) Todos estão preparados para as consequências? Todos os movimentos de Graziano, queiramos ou não tem o respaldo da Justiça. Se tirarem todo o C.A, qual será o procedimento. Pedir a anulação da sentença? Mas e a Maxxion que foi prejudicada pois arrematou o local? E se ela desejar lutar de novo pelo local? O que farão os lideres do movimento? Vale a pena correr o risco de colocar o Guarani em uma nova batalha jurídica ou tem um plano B? Qual é?

6-) Qual o futuro? Qual o planejamento? Quem é oposição tem a obrigação de exibir horizonte. Perguntas essenciais devem ser feitas. O que se pretende? Salvar ainda na Série B? E se for disputar a Série C, qual o plano? Paulistão tem alguma estratégia? Ninguém discorda de que com Palmeron e sua turma o quadro é ruim, péssimo, dramático. No entanto, trocar tudo isso por algo sem planejamento é sair do avião sem motor e combustível mas sem o paraquedas. Uma tragédia.

7-) Será o poder pelo poder sem mudanças profundas? Estádio sucateado, Centro de Treinamento entregue ás moscas. Palmeron Mendes Filho dava a desculpa de que precisa esperar Graziano cumprir a sentença. Pois bem. Todos aqueles que estão no respaldo da destituição do C.A uma pergunta precisa ser feita. Qual o plano? Como melhorar a estrutura do Guarani.

São apenas algumas perguntas. Que deveriam ser respondidas sem temor por quem realmente deseja assumir o Guarani para consertar o clube e não para patrocinar uma vingança sem foco.

(Elias Aredes Junior)

2 Comentários

  1. A gana pelo poder é tão grande que o clube fica em segundo plano.
    Abutres, covardes e inconsequentes! Não apoio a gestão desastrosa de Palmeiron, mas tudo tem timimg para ser feito, o clube está em meio a uma batalha para fugir do inferno!

    Porque não fizeram isso após o campeonato Paulista???
    A insensatez e a vagabundagem imperam no Guarani! Infelizmente um clube gerido por moleques primários!

  2. A assepsia tem de geral e irrestrita no Guarani. Não há mais espaço no Clube pra gente abnegada, bugrina do osso até a pele, porém incompetente administrativamente pra tocar o Guarani.

    No item 4, concordo que Graziano hoje não dê a mínima pro Guarani e faz muito bem, teve época que ele atuou diretamente na administração, mas foi extirpado pelo presidente do CA Horley Senna. Assim, de fora, ele assiste os incompetentes dirigentes produzirem mais um rebaixamento.

    Durante o tempo que atuou diretamente na administração, Graziano ensinou aos abnegados advogados: Horley Senna e Palmeron como é que se faz uma administração profissional. Colocou um diretor de futebol de sua confiança: Lucas Andrino – que entende gestão de futebol e não um ex-jogador profissional aprendiz -, que contratou jogadores certos, ainda que tivesse restrição orçamentária, para cada posição e não essa dezena de pés de ratos que vemos no elenco bugrino atual. Graziano só injetou mais dinheiro do que o combinado na reta final do campeonato da Série C pra dar fôlego necessário ao time, o resultado foi que o Guarani subiu de divisão pra Série B após ficar 6 anos na Série C.

    Entretanto o presidente do Guarani na época Horley Senna ficou enciumado com o sucesso do Graziano, visto que muita gente no Guarani só o via como “rainha da Inglaterra” na administração. Com ego destroçado, Horley decidiu que não seria mais “rainha da Inglaterra” no Guarani e chutou Graziano da administração do Clube.

    Sentindo-se traído Graziano resolveu tratar o Guarani a pão e água, fazendo estritamente o que estava no contrato e disse o óbvio para os membros do CA: pra se recuperar financeiramente o Guarani tem de se focar em saldar a dívida existente e não gerar mais dívida, operando fora do seu limite orçamentário, senão assim que o novo estádio estiver pronto já será leiloado.

    Palmeron de forma tosca tentou reintroduzir Graziano na administração do Guarani com projeto de terceirização, mas sem força política a ideia morreu.