Bola no chão e nervos no lugar: a missão do Guarani diante do ASA (AL)

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Em conversa nesta manhã com o companheiro de Só Dérbi e Rádio Central, Julio Nascimento, uma frase sua chamou minha atenção em relação aos desafios colocados diante do Guarani a partir deste sábado, quando encara o ASA (AL), pelos 90 minutos iniciais das quartas de final da Série C do Brasileirão. Sua frase foi simples e cortante: “O emocional vai decidir”.

Ele tem razão. Vamos colocar nosso foco no Alviverde. O Guarani está a 180 minutos de livrar-se de um calvário que já dura 72 partidas, o equivalente a 6480 minutos. Este é o tempo de estrada que o Guarani tem na terceirona desde 2013.

A torcida bugrina passou por diversas privações. Times ruins, técnicos incompetentes, dirigentes sedentos de poder, disputa política fraticida, gramados esburacados, viagens intermináveis e frustração em cima de frustração. Três edições sem sequer sentir a esperança de chegar a Série B.

As confusões na Justiça Trabalhista, o imbróglio entre Maxxion e Magnum e os desacertos na Série A-2 desde 2014 produzem um quadro de descrença. As arquibancadas pulsam jogo a jogo, o incentivo é mantido, mas no fundo tudo parecia um beco sem saída.

No segundo semestre de 2016, tudo mudou. Calejado pelos erros cometidos no passado, o presidente bugrino Horley Senna apostou em um técnico (Marcelo Chamusca) e um dirigente especializado no certame (Rodrigo Pastana). O elenco foi montado com jogadores especializados na divisão (Pipico, Auremir) junto com remanescentes comprometidos com o clube (Dênis Neves, Fumagalli e Lennon) e contratações focados em formar um time experiente (Ferreira, Leandro Amaro, Marcinho). Resultado: a liderança do Grupo B, o presente de jogar em casa o jogo decisivo e o favoritismo contra o ASA (AL).

Este é o desafio do Guarani. O acesso parece próximo, o futebol é redondo, o grupo tem harmonia, a diretoria não atrapalha e as arquibancadas estão para o que der e vier. Se fosse um jogo de vôlei, o Guarani está para entrar na reta final do terceiro set e tem cinco pontos de vantagem sobre o oponente. Com talento e cabeça no lugar o jogo é concluído sem sustos. 

Qual a fórmula? Concentração, determinação, técnica, talento, humildade e pés no chão. Só precisa evitar uma armadilha: achar que já está com a medalha de ouro no peito antes do jogo concluído.

(análise feita por Elias Aredes Junior)