Cavichiolli é inscrito com a camisa 1. Jefferson com a 12. O segundo é titular do gol bugrino. Como entender?

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Quando era adolescente eu ficava intrigado com um comportamento de um querido tio já falecido. São paulino doente, ele foi um daqueles operários metalúrgicos que construíram sua vida de modo honesto e com isso proporcionou conforto a família. E o ápice foi quando adquiriu um automóvel. Um Voyage. Zero quilômetro. Que não saia da garagem.

Fosse para trabalho, compras ou uma ida a igreja a circulação do veiculo era um acontecimento. Por incrível por pareça, esta história me veio a cabeça ao observar a trajetória do gol do Guarani e sua definição de titularidade.

Qual foi a reclamação do torcedor bugrino em 2019? A que não existia um arqueiro confiável. Giovanni foi uma decepção. Klever até transmitiu alguma credibilidade, mas suas falhas deixara sua situação delicada. Jeferson Paulino, apesar da sua coroação como melhor goleiro do Campeonato Carioca esteve longe de um desempenho satisfatório. Poderia ser melhor. No fundo, ele mesmo sabe disso.

Tal cenário foi preponderante para que o Guarani buscasse um novo goleiro na janela de transferências. Quando foi anunciado o nome de Matheus Cavichiolli as reações foram positivas. Não era um ás da posição ou alguém que transmitisse carisma como Bruno Brigido, mas dias melhores poderiam acontecer.

Eis que vem o período de treinamentos, Narciso é retirado do posto de preparador de goleiros e agora Gilberto Félix de Melo é o novo ocupante da função. Todos esperavam que o Guarani tivesse um novo ocupante no gol. Nada disso. Jeferson Paulino foi mantido.

Este não é o fator mais grave da história. A falta de explicação pormenorizada sobre a decisão gera desconforto. Houve mudança na metodologia de treinamento? Jeferson reagiu melhor? Ou Matheus Cavichioli está fora de forma? Por que o gol contra de Pablo diante do Santos deixou em segundo plano a participação de Jeferson no lance. Ele falhou. Fato.

Ninguém tem cadeira cativa. Matheus Cavichioli não pode e nem deve gozar de regalias. Deve provar no campo sua utilidade. Mas do jeito que o quadro está, sem uma explicação clara e cristalina, a impressão que fica é que Carpini é como alguém que ganha um carro de presente e não usa. Prefere deixar na garagem. Esclarecimento nunca faz mal.

(Elias Aredes Junior)