Com direito a rebaixamento, Fernando Diniz coleciona fracassos após vice no Paulistão de 2016

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O estilo de jogo que conquistou o Brasil no primeiro semestre de 2016 é mérito do técnico Fernando Diniz. O comandante do Audax no Paulistão daquele ano conseguiu formar um time com jogadores medianos, salvo exceções como Tchê Tchê e Camacho, em uma potência que eliminou São Paulo, Corinthians e fez frente para outras equipes fortes. Apesar de ter perdido a final para o Santos, não vendeu o título barato e lutou até o final sem perder de vista o modo tiki taka.

Eleito melhor técnico do Campeonato Paulista de 2016, Diniz passou a ser valorizado no mercado e cotado em times como Corinthians, São Paulo e até Flamengo. O forte temperamento na beira do gramado, no entanto, combinado com um estilo caracterizado como peculiar, acabou pesando na recolocação do treinador nos clubes da elite do futebol nacional.

Restou ao treinador mineiro continuar com trabalhos ligados aos proprietários do Audax. Após o vice no Paulistão, o time de Osasco realizou uma parceria com o Oeste para a disputa da Série B e ele assumiu o time de Itápolis – que passou a jogar em Barueri -, na terceira rodada do Brasileirão de 2016. Os resultados e o estilo de jogo não se repetiram e a equipe só escapou do rebaixamento na última rodada. Foram 36 jogos com 37% de aproveitamento (oito vitórias, 16 empates e 12 derrotas).

Decepcionado com o primeiro fracasso após a campanha no Paulistão, Fernando Diniz voltara ao próprio Audax, em Osasco, para tentar repetir o sucesso na Série A1 desta temporada. Mas, dentro de campo, o tiki taka foi abalado e a fraca campanha terminou com um amargo rebaixamento para a Série A2 de 2018. Foram apenas nove pontos somados no estadual. Para piorar a situação, o chefe e o Audax foram eliminados na Copa do Brasil, na segunda fase, para o ABC. No primeiro semestre, foram 14 jogos e 38% de aproveitamento (três vitórias, quatro empates e sete derrotas).

Após dois trabalhos sem sucesso, Diniz entrou em rota de colisão com os diretores do Audax e deixou o comando técnico da equipe antes do início da Série D e da Copa Paulista. Passou a atuar como consultor técnico, mas sem participação efetiva no processo técnico do clube. Se colocou à disposição no mercado, recebeu sondagens, mas esperou o término da temporada para decidir seu futuro. Sem convites da Série A1, aceitou a proposta para comandar o Guarani no projeto da A2, mas terá que superar os trabalhos recentes e se inspirar no primeiro semestre de 2016 para alcançar o objetivo.

DINIZ APÓS VICE PAULISTA:
Oeste – 37% de aproveitamento (36J, 8V, 16E e 12D)
Audax – 38% de aproveitamento (14J, 3V, 4E e 7D)

DINIZ ANTES DO VICE PAULISTA:
Audax* – 57% de aproveitamento (98J, 47V, 27E e 24D)
Paraná – 47% de aproveitamento (17J, 7V, 3E e 7D)
Atlético de Sorocaba – 59% de aproveitamento (45J, 24V, 8E e 13D)
Botafogo-SP – 25% de aproveitamento (4J, 1V, 0E e 3D)
Paulista – 53% de aproveitamento (32J, 14V, 9E e 9D)

*trabalho somado em cinco anos de clube com passagens intercaladas 

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)