Com saída de Marcelo Chamusca, Ponte alcança feito inédito em 20 anos

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A saída de Marcelo Chamusca e a provável chegada de Gilson Kleina faz com que a Ponte Preta atinja marca inédita na temporada. Pela primeira vez desde 1998, a Macaca soma cinco treinadores distintos à frente da área técnica em um mesmo ano.

Há duas décadas, Robertinho Moreno, Cassiá, Celsinho Teixeira, Pedro Rocha e Marco Aurélio Moreira comandaram o time, sob gestão de Sérgio Carnielli, hoje presidente de honra. Agora, com José Armando Abdalla Júnior, Eduardo Baptista, Doriva, João Brigatti, Marcelo Chamusca e Gilson Kleina ganharam oportunidade no cargo nos últimos nove meses.

EDUARDO BAPTISTA:

O péssimo desempenho dentro de campo e a luta contra o rebaixamento no Campeonato Paulista foram essenciais para a demissão de Eduardo, ao lado de Gustavo Bueno, gerente de futebol, em 09 de março, após empate sem gols com o Red Bull Brasil.

Baptista retornou à Macaca em setembro de 2017, por opção de Vanderlei Pereira, após mau aproveitamento da equipe no Campeonato Brasileiro, na vaga de Gilson Kleina, mas não conseguiu evitar a queda – foi crucificado por bancar a titularidade do zagueiro Rodrigo, pivô da derrota para o Vitória. Neste ano, incluindo Estadual e Copa do Brasil, participou de 14 jogos, com três vitórias, sete empates, quatro vitórias e 38% de aproveitamento.

Depois da passagem por Campinas, passou pelo Coritiba e seu último clube foi o Sport.

DORIVA:

A vida de Doriva na Alvinegra durou menos de dois meses. A derrota para o Sampaio Corrêa, em São Luís, foi crucial para que o técnico perdesse o emprego em 29 de maio. O ex-volante reestreou no cargo em 11 de abril, mas teve aproveitamento de 33.3% dos pontos conquistados – três vitórias, dois empates e seis derrotas.

O auge do comandante foi em 05 de maio, quando teve estratégia perfeita para vencer o Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, por 3 a 2, mas o retrospecto em casa na Série B do Campeonato Brasileiro foi determinante na postura dos mandatários. Agora, trabalha no CRB.

JOÃO BRIGATTI:

Desde 2017 como auxiliar fixo, João Brigatti acostumou-se a apagar incêndios na Ponte Preta. Foi assim nas quedas dos técnicos Felipe Moreira, Gilson Kleina, Eduardo Baptista e Doriva. A chegada de Marcelo Chamusca interrompe a quarta passagem do ex-goleiro à frente do cargo. Ao todo, soma 36 jogos e o título do Troféu do Interior.

Na última oportunidade, colecionou 52.9% de aproveitamento, com sete vitórias, seis empates e quatro derrotas desde o empate em 1 a 1 com o Oeste, em 02 de junho. Nesta segunda-feira (3), Brigatti pediu demissão do clube.

MARCELO CHAMUSCA:

Tratou-se de uma das últimas cartadas da Macaca na busca do acesso à primeira divisão. Apresentado no dia 3 de setembro, ficou no comando do clube por apenas 24 dias, não conseguiu nenhuma vitória, empatou três partidas e sofreu duas derrotas.

Chamusca é o único treinador do país a conseguir acesso nas três divisões nacionais do futebol brasileiro: Salgueiro, da Série D para C, em 2013; Guarani, da Série C para B, em 2016; Ceará, da Série B para A, em 2017.

No Bugre, onde tem idolatria por grande parte da torcida, devolveu o time de Campinas à segunda divisão depois de quatro temporadas. No Vovô, por outro lado, assumiu na oitava posição e terminou o campeonato dentro do G4, em ótima campanha de reabilitação, na temporada anterior.

GILSON KLEINA:

O profissional de 50 anos deve herdar a vaga de Marcelo Chamusca, demitido na última quarta-feira. No Moisés Lucarelli, vai iniciar sua terceira passagem como comandante da Macaca. Antes, dirigiu o time entre 2011-2012 e em 2017.

No currículo, também soma passagens por importantes clubes do país. São os casos de Paysandu, Paraná, Palmeiras, Bahia, Avaí, Coritiba, Goiás e Chapecoense. Seu último trabalho foi à frente do Verdão d’Oeste. No interior catarinense, acabou demitido em 06 de agosto, ao lado de Rui Costa, executivo de futebol, após empate em 1 a 1 com o Sport, em Recife.

Gilson Kleina soma 152 partidas no comando da Alvinegra e é o quinto que mais dirigiu o time. O primeiro trabalho aconteceu entre janeiro de 2011 a setembro de 2012, quando foi um dos responsáveis pelo acesso à elite do futebol nacional na terceira colocação, atrás de Portuguesa e Náutico e foi semifinalista do Paulistão, eliminado pelo Guarani.

A última participação foi de março a setembro do ano passado. O ponto alto foi o vice-campeonato paulista, após derrota para o Corinthians. Seu desligamento do cargo aconteceu depois do tropeço no Atlético-GO, então lanterna, no Majestoso, pelo placar de 3 a 1.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Ponte Press)