Como seria a Ponte Preta se todas negociações se concretizassem? O Só Dérbi mostra

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A Ponte Preta vai para a reta final da temporada brigando contra o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Apesar de finalista do Paulistão – derrotada pelo Corinthians na decisão -, a montagem do elenco e, consequentemente, sua reformulação não foram unanimidades na comunidade pontepretana.

O mesmo orgulho de manter as contas em dia da diretoria não se resumiu em sucesso nas contratações. Em boa parte das negociações, a Macaca não concluiu o negócio e optou pela política de não confirmar o interesse nos atletas. Diante disso, o Só Dérbi faz um balanço sobre jogadores que receberam ofertas da equipe durante 2017, mas não concretizaram a transferência. Confira o time:

GOLEIRO – MARCELO LOMBA: No início do ano, a diretoria entrou em contato com o Internacional para saber a situação de Marcelo Lomba. Após a queda do Colorado e a pouca utilização do goleiro – que estava na reserva de Danilo Fernandes -, a Macaca queria contar com o atleta para abrir concorrência com Aranha no gol pontepretano.

LATERAL – MARQUINHOS PEDROSO: O lateral foi destaque do Figueirense na temporada passada, entrou no radar, mas recebeu uma oferta do futebol turco e optou pela Europa graças à diferença financeira.

ZAGUEIRO – RENATO CHAVES: Ex-atleta da Macaca, Renato Chaves começou o ano encostado no Fluminense e não estava sendo relacionado pelo técnico Abel Braga. O jogador solicitou transferência para o seu empresário e o time carioca disponibilizou o zagueiro para negociar um empréstimo, mas uma lesão grave de Gum, do Flu, mudou também o rumo de Chaves e a Ponte não conseguiu convencê-lo a voltar para o Majestoso.

ZAGUEIRO – BRUNO ALVES: Insatisfeito com a queda do Figueirense no Brasileirão passado, Bruno Alves foi disputado por Botafogo e Ponte Preta no início do ano, mas as negociações não avançaram por desentendimento financeiro. Ele ficou o primeiro semestre em Santa Catarina e foi negociado no meio do ano com o São Paulo.

LATERAL – SIDCLEY: Uma das poucas negociações admitidas pelo gerente de futebol, Gustavo Bueno, e também uma das grandes frustrações da direção alvinegra. O jogador chegou a negociar os termos contratuais com o presidente Vanderlei Pereira, mas Paulo Autuori – responsável pelo futebol do Atlético-PR na época -, acabou convencendo o lateral a ficar em Curitiba.

VOLANTE – RODRIGO: Indicado pelo ex-treinador Felipe Moreira no início do ano, Rodrigo não conseguiu concorrer com volantes conhecidos no Palmeiras. Arouca, Felipe Melo, Tchê-Tchê, Bruno Henrique e Jean acabaram ofuscando o jogador que havia sido destaque no Goiás. O interesse da Macaca foi admitido pelo empresário Eduardo Uram, mas Rodrigo optou por atuar no Sport.

VOLANTE – CRISTIAN: Em meados de abril, quando a Macaca estava em ascensão no Paulistão, o Corinthians fez a primeira sondagem pela contratação de Clayson. A Macaca queria envolver alguns atletas na transação e cogitou Cristian. O salário do atleta, a exemplo de outras negociações, se apresentou como empecilho e o Timão teve que alterar as moedas de troca. Clayson foi para o time da capital, Cristian para o Grêmio e a Ponte recebeu Léo Artur e Claudinho.

MEIA – LODEIRO: Uma das posições mais carentes da temporada, o meio-campo da Ponte Preta quase contou com o futebol do uruguaio Lodeiro. Ex-Botafogo, Corinthians e Nacional, o meia, que disputou a Copa do Mundo de 2014, estava em ascensão na Major League Soccer – principal divisão de futebol dos Estados Unidos -, e foi oferecido pelo empresário para voltar ao futebol brasileiro. O time de Campinas se apresentou como interessada, mas não evoluiu nas conversas e escolheu Renato Cajá.

MEIA – ALLIONE: No final do ano passado, ainda no começo da montagem do elenco, a Ponte Preta se juntou a Vasco, Botafogo e Bahia para contar com futebol de Allione. O meia argentino, porém, optou por atuar em Salvador e foi um dos destaques do Brasileirão pelo Tricolor de Aço. A Macaca queria envolver o atleta na negociação do zagueiro Antônio Carlos com o time da capital.

ATACANTE – FELIPE VIZEU: A Macaca namorou, o empresário gostou, mas o Flamengo vetou. Sem condições de brigar com Leandro Damião e Guerrero no início do ano, Felipe Vizeu estava insatisfeito no time carioca e não conseguiu negociar sua venda com o Sporting, de Portugal. O atleta então despertou interesse na Ponte Preta, mas o Flamengo não se dispôs a emprestá-lo. Como a multa de rescisão era alta, Vizeu permaneceu no Rubro-Negro e recebeu mais oportunidades após a ida de Damião para o Internacional.

ATACANTE – LUIS FABIANO: A principal e maior novela envolvendo Ponte Preta e mercado da bola. Foram longos três meses de negociação com Luis Fabiano. O atacante, revelado pela Macaca, foi recebido na sala da presidência por Vanderlei Pereira e chegou a se encontrar com o presidente de honra, Sérgio Carnielli. Após saída conturbada do futebol chinês, foi disputado pela Macaca e pelo Vasco da Gama, mas escolheu o time carioca. A justificativa usada pelo jogador é que a Ponte será o seu último clube, mas ainda não pensa em aposentadoria. No Cruz-Maltino foram 20 jogos e 6 gols em nove meses, além de conviver com muitas lesões.

A principal alegação da Ponte Preta para o fracasso em determinadas negociações é a falta de dinheiro para concorrer com outras equipes de maior investimento. A previsão orçamentária para 2018 é de R$ 62 milhões, sendo que R$ 42 milhões seriam gastos apenas com o departamento de futebol, ou seja, 67,74% do total. Outra parte viria da cota pela participação no Campeonato Paulista – neste ano foi de aproximadamente R$ 5 milhões. Ainda não há previsão do valor para 2018. O problema é que um possível rebaixamento para a Série B faria com que a cota pontepretana caísse para R$ 8 milhões, uma redução de 75%.

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)

5 Comentários

  1. A rádio Bandeirantes disse ontem que em caso de rebaixamento a Ponte manteria a mesma cota, pois ficou 3 anos na série A. Procede a informação? Ou a cota cairá para 8 milhões como você disse?

  2. Boa tarde, Emerson.

    O contrato que o Grupo Globo tem feito com os clubes prevê divisão de 30% do total que pagará somente para os 16 melhores da Série A, ou seja, aqueles que não forem rebaixados para a Segunda Divisão no ano vigente do contrato. Existe um grupo chamado “subdivisão” que são os cotistas, como por exemplo o Internacional, que não têm alteração nas cotas no primeiro ano de Série B, mas sofrem prejuízo apenas se não conseguirem acesso. A emissora não informou quais são estes clubes, mas a diretoria pontepretana certamente terá que esclarecer em caso de rebaixamento.

    Abraços e obrigado pelo comentário

  3. A AAPP pode ter cota de 100 milhões que não retornará à Série A após o descenço. Cairá e se afundará na lama do ostracismo.