Demissões no Guarani demonstram a insensibilidade do Conselho de Administração

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Não existe momento mais doloroso na vida profissional do que uma demissão. Não sejam inocentes de relativizar sentimentos vividos por adultos. Quem detém o poder tem a obrigação de deter sensibilidade para entender o drama vivido por aquele que será jogado no mercado no trabalho. O conceito vale no futebol. As demissões de Luciano Dias, Umberto Louzer, Caio Autuori e de Felipe Célia no Guarani se constituem a prova cabal de que duas características estão ausentes no Conselho de Administração do Guarani: sensibilidade e empatia.

Se existisse sensibilidade jamais aconteceria o desligamento. Após a Série B? O mais provável. Uma reunião seria realizada, a diretoria apresentaria uma avaliação do que foi feito, os objetivos traçados para 2019 e delicadamente seria dado um discurso de agradecimento a comissão técnica. E uma coletiva seria feita para a despedida.

O que foi feito? O Conselho de Administração quebrou uma regra banal do mundo corporativo: desligamento é no início da semana e no período da manhã. Palmeron permitiu a folga no domingo, a reapresentação na segunda-feira e permitiu o início dos trabalhos na terça-feira para comunicar o desligamento. Mais insensível, impossível.

Empatia pelo dicionário é a capacidade da pessoa sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções e experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. Pergunta: será que Palmeron e seus companheiros adotariam tal atitude se soubessem o significado de empatia? Pense.

Dinheiro é vital no futebol. Sem ele, nada é possível. Só que sem o mínimo de humanidade fica difícil sonhar com sucesso.

Você pode imaginar: então porque o Guarani obteve êxito na Série A-2 e protagonizou campanha regular na segundona nacional? Simples: com sua humanidade, sensibilidade e capacidade de aglutinação, Umberto Louzer impediu que a insensibilidade reinante nos gabinetes invadisse os vestiários. Conseguiu. No final, ele e seus parceiros foram vitimas desta arma que ano após ano trucida o Guarani.

(análise feita por Elias Aredes Junior)