Eberlim, Della Volpe, Carnielli e Abdalla. Na Escola chamada Ponte Preta, todo mundo tem uma galera para lhe defender. E quem vai lutar pelo clube?

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Quem nunca viveu a adolescência? Lembra quando andávamos em turmas? Tínhamos guetos, com regras, componentes e punições. A galera do coração. A má fase da Ponte Preta no seu aspecto financeiro e administrativo tem relação com a descrição feita. Para ser mais pop, a agremiação virou uma reprodução da novela Malhação, em que cada um tem sua galera e seus interesses.

Existe a galera do presidente José Armando Abdalla.  Chegado recentemente ao posto máximo, recebeu o apoio entusiasmado daqueles que querem ver Sérgio Carnielli distante do estádio Moisés Lucarelli. Esquecem das suas trapalhadas, das constantes trocas de técnicos, do vacilo em tomar resoluções delicadas…Vale tudo para defender o pontepretano de quatro costados.

Temos ainda a Galera do Márcio Della Volpe. São saudosos do seu trabalho no tempo dos acessos em 2011 e 2014, da sua criatividade em aprimorar a gestão do clube e apagam da memória o rebaixamento no Brasileirão de 2013 ou ainda suas discussões com Guto Ferreira no mesmo ano que custou a chegada a decisão do Paulistão. Sem contar o processo de expulsão sofrido a partir da diretoria executiva e que muitos consideram injusto.

E a Turma do Marco Eberlim? O diretor de futebol de 1997 a 2006 ganhou adeptos especialmente entre a Velha Guarda, que seriam os “diretores ” da escola desta edição da novela Malhação no estádio Moisés Lucarelli. Inspetor austero, rígido, centralizador e que na ânsia de fazer as coisas não pensava duas vezes para criar inimigos. Sabe aquela história do funcionário que a mãe gosta e o aluno detesta? Este era Eberlim.

Só que não existe galera mais fanática e radical do que aqueles que estão ao redor do presidente de honra Sérgio Carnielli. São os rebeldes. Não aceitam críticas ao seu mentor. Acham que seu dinheiro são fundamentais na sustentação da Escola chamada Ponte Preta. Dane-se se os alunos não gostam, os pais torcem o nariz. Ele é a solução e pronto. Sem discussão. Nada de democracia.

Inconscientemente, Carnielli toma atitudes de que transmite a impressão de que só ele faz bom trabalho. E quem pensa por conta própria, tem um destino: o esquecimento. Sabe aqueles professores revolucionários, de mente arejada, aberto a discussões e ao contraditório? Na escola “Ponte Preta”, com ele no comando, este profissional não tem vez. Alguns enveredam pelo fanatismo, entronizam Carnielli como se ele fosse um deus inexpugnável. Torcida, jogadores e dirigentes são detalhes. Um odin da mitologia pontepretana.  Uma pena que até hoje não produziu um Thor. Pelo menos consertaria tudo no toque do martelo.

Percebam: existem defensores para Abdalla, Márcio Della Volpe, Eberlim e Sérgio Carnielli. Agora, quem vai defender e preservar a Ponte Preta? Quem vai lutar pelo seu bem comum sem pensar nas vaidades?

Nesta escola cheia de galeras, professores e funcionários vaidosos, ninguém percebe que a reprovação está mais próxima do que alguns imaginam.

(Elias Aredes Junior)