Em 10 anos, total de público de Ponte e Guarani não alcança Santa Cruz ou Goiás

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No final da década de 1980, o Brasil vivia a época da hiperinflação. A esperança estava no ralo. Os economistas, em suas entrevistas, sempre davam um jeito de cunhar uma frase: “se a crise ainda existe é porque alguém tira proveito dela”.

A conexão com o futebol campineiro é imediata. Quedas, derrotas, perda de relevância, ausência de protagonistas por tempo prolongado… Parece que não existe saída. Um impasse que fica estridente quando temos em mãos a pesquisa da Pluri Consultoria e que mostra a presença de público de 35 clubes brasileiros, nos últimos 10 anos, de 2008 a 2017. Para o futebol campineiro, o resultado é estarrecedor, seja qual for o campo de análise.

Nos 50 clubes pesquisados, o Guarani tem um público total de 877.809 torcedores e uma média de 4.502 torcedores por partida na década. Pense que, nesse período, o Alviverde foi vice-campeão da Série C de 2008, segundo lugar na Série B de 2009, obteve acesso na Série A-2 de 2011, foi vice-paulista no ano seguinte e medalha de prata na série C de 2016. Teve dissabores? Teve. Também alegrias suficientes para comover o público no período de 2008 a 2017.

Em termos numéricos, o pontepretano pode comemorar sobre o rival. Considerando esse hiato, o público total foi de 1.742.955 pessoas. Relembre que, neste período, a Macaca foi vice-paulista de 2008, terceiro lugar na Série B de 2011, medalha de prata na Sul-Americana de 2013, Série B de 2014 e Paulistão de 2017. Poderia ser melhor? Os números mostram que sim.

Basta que dizer que o levantamento demonstra que no mesmo período o Santa Cruz arrastou uma multidão de 3.678.131 torcedores. Time de massa? Concordo. Como explicar que o Goias, que não é o time popular de Goiânia (é o Vila Nova), em idêntico período, atraiu 2.719.991?

Ao verificarem tais números os dirigentes certamente vão procurar “N” fatores para explicar o fracasso. É preferível arregaçar as mangas, trabalhar e encontrar formulas para atrair públicos relevantes de duas equipes residentes em uma cidade com 1,2 milhão de habitantes e uma região metropolitana com 3,3 milhões de habitantes. É hora de encarar a verdade. O que passar disso é enrolação.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

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