Em 11 anos, projeto de Arena para Ponte Preta encolhe capacidade em 29,5%; São Januário e Vila Belmiro terão acréscimo de cadeiras. Tem algo errado?

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Principal aposta do grupo político do presidente de honra Sérgio Carnielli, a nova Arena que será construída nas proximidades da rodovia Anhanguera, no Jardim Eulina, já pode nascer e ser aprovada sob o signo do enxugamento, com redução de público.

Levantamento da reportagem do Só Dérbi demonstra que entre o primeiro projeto, em fevereiro de 2009, para o mais recente apresentado neste mês de setembro, a redução de capacidade foi de 29,21%.

Mais: estádios como São Januário e Vila Belmiro, que estarão no projeto de reforma do fundo imobiliário projetado pela W/Torre terão ampliação de capacidade.

A ideia inicial, aprovada pela assembleia de sócios, em fevereiro de 2009, e que deveria ser conduzida pela empreiteira Odebrecht previa uma Arena com capacidade para 30 mil torcedores.

No ano passado, no projeto apresentado pessoalmente por Sérgio Carnielli, o novo projeto já embutia um encolhimento para 22.204 lugares. Agora, pela maquete encaminhada pela W Torre, a capacidade cai para 21.236 torcedores.

O processo “fitness” de retirar público do estádio pontepretano está na contramão de outros locais envolvidos no fundo imobiliário da W Torre. O estádio da Serrinha, pertencente ao Goiás, vai ampliar a sua capacidade de 10 mil para 20 mil espectadores, um crescimento de 100%.

No Vasco da Gama, o novo estádio de São Januário teria uma ampliação que sairia de 21.880 pagantes para 43 mil pessoas, um acréscimo de 96,5 %. E na Vila Belmiro? Batizado de Urbano Caldeira, o praça esportiva sairia dos atuais 16.068 para 25 mil pessoas, um crescimento de 55,5%.

Nem neste quesito a Ponte Preta leva vantagem em relação aos seus “concorrentes”. Hoje o Moisés Lucarelli abriga 19221 torcedores e a nova Arena teria 21236 pessoas presentes. O crescimento seria de modestos 10,48%.

Ou seja, é inevitável sentir a sensação de que a Ponte Preta vai trocar um estádio protagonista na história do futebol brasileiro para ser coadjuvante em arenas milionárias e que vão preservar a sua história.

(Elias Aredes Junior)