Fumagalli e a dura verdade no Guarani: como é duro quebrar culturas no futebol!

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Fumagalli entrou em campo. Na sexta-feira tentou proteger o trabalho de Vinicius Eutropio. Um analista atento de futebol chegará a conclusão de que algo mudou.

Nas entrevistas para a Rádio Central e Rádio Bandeirantes, a tentativa de defesa do trabalho do treinador expôs muito mais a ausência de convicção sobre o rumo adotado na Série B do que uma certeza solidificada. Pior: a perda do impeto de encarar dogmas nocivos do futebol.

Na entrevista para Central  Fumagalli diz: “No futebol brasileiro você depende de vitórias. A pressão é muito grande, mas entendemos que o Vinícius ainda pode tirar algo desse grupo. Temos que pensar positivo, trabalhando no dia a dia, com o intuito de ir a Goiânia buscar a vitória. Se vier o resultado negativo, vamos sentar, conversar para ver a melhor decisão a ser tomada. Espero que consigamos a vitória para dar continuidade ao trabalho. (…)”, disse o dirigente. Ora, se existe convicção porque não insistir com o trabalho? Mais: se intramuros acham o trabalho deficitário, qual o motivo para esperar por uma troca?

História na veia: em 1992, o técnico Fito Neves perdeu as cinco primeiras partidas no Campeonato Brasileiro e mesmo assim Beto Zini (!) manteve o treinador. Um campeonato em turno único, sem chance de revide no returno. Temos ainda 32 jogos. Ao colocar a continuidade do trabalho a obtenção do resultado, é porque, no fundo, no fundo, não há certeza que Eutropio na 38ª deixará a equipe pelo menos na 16ª posição.

Perceba claramente: os resultados é que vão segurar o treinador, não a qualidade do trabalho executado.

Na Bandeirantes, a declaração foi reforçada: “O futebol brasileiro é resultado e sabemos que a resposta precisa ser para ontem. O Eutrópio chegou com uma rejeição grande e acredito que isso influenciou negativamente. Eu entendo que ele é um cara agregador e que todos confiam. Infelizmente a vitória não está acontecendo, mas precisamos persistir para reverter esse quadro”, disse Fumagalli.

Não podemos esquecer o discurso de mentalidade moderna implantada no departamento de futebol profissional com a chegada de Fumagalli e de Marcus Vinicius Beck Lima. As contratações de Osmar Loss e de Vinicius Eutropio caminhavam neste sentido. Técnicos modernos, estudiosos e antenados com as tendências do futebol mundial.

Ao abraçar a relação resultado-permanência de emprego Fumagalli rasga a cartilha de boas intenções e abraça as estratégias antigas e ultrapassadas do futebol. Uma pena.

(Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Me dá a impressão de que Fumagalli queimou etapas e está sendo vítima de sua própria escolha. Uma coisa é ser jogador e outra coisa é ser dirigente, principalmente num clube cujos bastidores estão em constante ebulição e orçamento diminuto. Tudo o que o Guarani não precisa é terminar no Z4 durante o recesso.