Fumagalli: hora do Guarani preservar e usar com racionalidade a sua jóia preciosa

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Na noite de terça-feira (24) acompanhei o jogo inaugural da Primeira Liga entre Fluminense e Criciúma, em Juiz de Fora (MG). Vitória do tricolor carioca por 3 a 2. Duas equipes montadas com três atacantes e um jogador na armação.

Pelo lado catarinense, Alex Maranhão era o articulador principal e recebia o auxilio do volante Douglas Moreira. Do lado do Fluminense, o equatoriano Sornoza, sumido na etapa inicial, deu as cartas na etapa decisiva e construiu a vitória. Este cenário deveria servir de incentivo para o técnico bugrino Ney da Matta utilizar com maior cuidado e sabedoria o futebol de Fumagalli, detentor de aptidões quase desaparecidas nos gramados do Brasil.

Fumagalli está com 39 anos, não tem a mesma mobilidade e por vezes pode ser sufocado pela dinâmica e intensidade das partidas. Tudo isso é verdade. Mas também é verdadeira a constatação, guardadas as devidas proporções técnicas de cada competição, de que ele poderá fornecer alguns atributos inexistentes na maioria dos camisa 10 reinantes no Brasil, um cenário já visto em algumas partidas oficiais de 2017.

Hoje, diante da falta de trabalho nas categorias de base, a fornada de revelações geralmente projeta armadores de toque curto, com velocidade, mas incapazes de executar tarefas integradas no DNA do camisa 10 à moda antiga: boa bola parada, lançamentos precisos, chegada na área para conclusões certeiras e capacidade para ditar o ritmo. Nem preciso dizer que apesar dos obstáculos e problemas, Fumagalli é capaz de fazer tudo isso.

Chegamos a um dilema: Fumagalli está na reta final de carreira. Pode sucumbir diante do calendário alucinante de jogos.

Qual a solução? Se existe algo coerente nesta pré-temporada bugrina foi a tentativa de encontrar coadjuvantes para Fumagalli. Gente que poderá substitui-lo. Marcinho e Rogério podem perfeitamente serem acionados para os jogos fora de casa e com isso preservar Fumagalli para os confrontos no Brinco de Ouro. Na prática, o atleta de 39 anos faria um jogo por semana e com boa chance de exibir alta performance.

Expediente a ser estendido na Série B do Brasileiro. Ney da Matta tem outra estratégia? Ótimo. Só não pode retirar todo o potencial de uma espécie cada vez mais rara no futebol brasileiro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)