Guarani 0 x 0 Figueirense: Copo meio cheio, copo meio vazio. O que vai prevalecer?

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Confesso que ao entrar no estádio Brinco de Ouro neste sábado para acompanhar a estreia do Guarani diante do Figueirense na Série B eu esperava um desastre de proporções épicas. Os jogos treinos, o rendimento deficiente de alguns jogadores e a desconfiança da torcida em relação ao trabalho do Vinicius Eutropio me fazia chegar a conclusão de que as perspectivas eram sombrias.

Após acompanhar os 90 minutos digo que a atuação do Guarani pode ser definida com o clássico clichê do copo meio cheio ou copo meio vazio.

Para não me acusarem de péssimo humor, vamos aos aspectos positivos. O técnico bugrino tem uma filosofia. Uma ideia de futebol. Quer atacar pelos lados do campo com intensidade, adiantar a marcação quando possível e utilizar a habilidade dos atletas. Em parte do tempo deu certo.

Arthur Rezende apresentou bom cartão de visitas. Demonstrou boa visão de jogo, chegada nas imediações da grande área e movimentação para trabalhar pelos lados do campo. Encontrou Felipe Amorim um pouco atento do que nas partidas anteriores e participante de tramas ofensivas ao lado de Matheusinho. Faltou algo? Especificamente tabelas pelos lados do campo e inventividade e ousadia na hora da definição. Mas se levarmos em conta que o Guarani viveu instantes de tensão no Paulistão, é natural que a perna de alguns esteja travada.

Na questão dos defeitos todo o foco está no sistema defensivo. Xandão entrou em uma fogueira e excetuando-se um vacilo no segundo tempo foi aprovado. O que não se pode dizer que Ferreira, que sai afoito em várias jogadas. Nas laterais, o drama não é menor. Léo Principe decepciona. Bruno Lima é improvisado. Lenon está fora de forma. No lado esquerdo, Inácio faz o que é possível. Bem, se levarmos em conta que tal posição foi ocupada por Gilton, a evolução técnica existe. Tênue, mas é real.

Os desajustes defensivos acarretam em prejuízo a dupla de volantes. Deivid muitas vezes parece atarantado e afoito. Dá o bote errado e as vezes comete faltas desnecessárias. Ricardinho fica indeciso. Não sabe se avança ao ataque ou faz a cobertura da zaga.

É preocupante? Sim. Porém, se existir determinação e foco para corrigir esses problemas, o empate sem gols no sábado poderá ser lembrado como um vacilo de uma campanha decente e bem construída. Basta trabalhar, querer e acreditar.

(Elias Aredes Junior)