Guarani 6 x 0 ABC: quatro anos de um feito inesquecível. E a chance para lembrar de Marcelo Chamusca, o condutor da vitória épica

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No dia 23 de outubro de 2016, o Guarani entrou no gramado do Brinco de Ouro pressionado. Disputava a semifinal da Série C do Campeonato Brasileiro contra o ABC. Vinha de uma derrota por 4 a 0 no Frasqueirão. O mundo do futebol não acreditava em uma inversão de quadro. Ao final dos 90 minutos, o impossível : vitória por 6 a 0 e passagem a final diante do Boa Esporte. Feito histórico.

Diversos personagens foram enfocados nos últimos anos. Com justiça. Fumagalli entrou em definitivo para a galeria dos heróis do clube ao fazer três gols, participar de outros e exibir um rendimento fora de série. Agora, um participante ficou esquecido: Marcelo Chamusca.

A torcida do Guarani, com razão, exalta Carlos Alberto Silva pela conquista da Taça de Ouro de 1978; Zé Duarte está na galeria dos notáveis por faturar a Taça de Prata de 1981 e montar a máquina de 1982. De Vadão, nem se fala: condutor do acesso, vencedor em dérbis, identificado com as arquibancadas. O que dizer então de Giba e sua epopeia para tirar o time da degola na Série B de 2011? Repito o questionamento: por que Marcelo Chamusca não é incensado ou elogiado?

Motivos não faltam. Recorde que quando ele assumiu, em 2016, dirigir o Guarani era sinônimo de pressão. Conduziu a equipe para a fase classificatória e levou o time pela primeira vez aos play-offs na terceirona.

Errou em Arapiraca contra o ASA? Errou. Mas soube nutrir humildade, mudar o time e assegurar o acesso quando bateu a equipe alagoana no Brinco de Ouro. Nos 90 minutos iniciais da semifinal, nada deu certo. Quatro gols e tudo parecia impossível.

Alguém tem duvida de que foi o trabalho de Marcelo Chamusca responsável em fazer o time acreditar na virada? Que ele participou do trabalho de motivação para buscar o resultado? Se as conquistas do Alviverde são associados aos seus treinadores porque a torcida e a crônica esportiva esquecem de seu papel? Não dá para entender.

Acho interessante que, a cada mudança de treinador no Brinco de Ouro, seu nome nunca seja lembrado. Apesar de trabalhos impecáveis, como atualmente no Cuiabá.

O dia 23 de outubro deve ser comemorado e recordado com ênfase pela torcida do Guarani. Mas servir também para lembrar o papel do ocupante do banco de reservas.

(Elias Aredes Junior)