Guarani e a receita para o acesso: um diretor, 11 protagonistas e figurantes com desejo de serem coadjuvantes

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Perder da Portuguesa não é o fim do mundo. Especialmente quando o primeiro ou segundo lugar estão garantidos. Ou seja, a decisão do acesso será no estádio Brinco de Ouro. O Guarani fez o suficiente para assegurar a classificação ao que realmente interessa. Algo nunca obtido no período de 2014 a 2017. Tranquilidade total. Opa. Não é permitido confundir com viver um mundo fora da realidade.

O Guarani tem tudo para conseguir o acesso e por dois fatores: o poderio ofensivo comandado por Bruno Mendes, Nazário, Erik e Rondinelly e o fato da competição ser curta. Ou seja, exige time eficiente e não um elenco.

Convenhamos: o Guarani não pode depender do banco de reservas. Não pode usufruir de tal luxo. As opções são escassas e a qualidade dos jogadores é duvidosas. Já escrevemos sobre tal tema. Isso não quer dizer que o confronto com a Portuguesa não escancarou ainda mais o que todos conheciam.

Você tem reclamações em relação a Marcílio? Concordo. Falha no cruzamento, tem dificuldades para buscar a linha de fundo e, por vezes, o desligamento é total. O que dizer então de Salomão? Após tantas chances concedidas, não há como esconder sua limitação na marcação. A Portuguesa não titubeou e aproveitou.

Na defesa, Phillipe Maia está longe de arrancar suspiros, mas o seu reserva imediato é Lucas Kal, cuja marca nesta Série A-2 é a instabilidade emocional. Você confiaria em colocá-lo na fogueira nesta reta decisiva? Sim, seu desempenho decepcionante teve decisiva colaboração de Lenon. Só que é impossível ignorar sua colaboração.

Vou mais longe: e nas vitórias do Guarani, em quantas oportunidades, o banco de reservas teve uma participação decisiva? Quando uma substituição de Umberto Louzer teve a capacidade de alterar os rumos da partida? Não reclame do treinador. Ele lida com aquilo que tem em mãos. Faz o que é possível. Por isso, tem Denner como todas as opções possíveis e imagináveis: para marcar, armar, balançar as redes, entre outras funções. Por enquanto deu certo. Até quando?

Fumagalli é a saída, você diria. Nem o técnico tem tal convicção. O camisa 10 bugrino, na maioria dos jogos em 2018, apareceu ou quando o resultado estava definido ou com protagonismo do desespero. Exemplo: a derrota para o XV de Piracicaba.

Ainda acredito que o Guarani é o principal candidato ao acesso. Joga o futebol de maior solidariedade e eficiência ofensiva. Mas será uma façanha de 11 heróis de produtividade máxima e alguns figurantes com desejo de serem coadjuvantes.

1 Comentário

  1. Concordo. Me preocupa alguns bugrinos o clima de oba-oba, a insistência pela primeira colocação, pensando na final no Brinco, sendo que não tem nada ganho até aqui. Se cair na semi-final, é mais um ano na série A2. O objetivo principal é o acesso.

    Eu entendo que neste momento estamos numa condição privilegiada de ter classificado com antecedência e com direito a decidir a segunda partida do mata-mata no Brinco. É possível poupar jogadores, se fortalecer para a fase decisiva antes dos adversários. Todos os outros times ainda terão que suar na última rodada para garantir a classificação.

    Veja a situação do São Bernardo que pode tanto terminar na liderança quanto ser eliminado pelo XV de Piracicaba, o que não seria nenhuma surpresa para mim. Sim, a lógica diz que Oeste e Sertãozinho devem vencer seus jogos, ficando a definição do outro semifinalista entre XV de Piracicaba e São Bernardo.

    Acho que estamos no caminho certo. Foco total na fase final, independente se terminar na primeira ou segunda colocação. É importante poupar os titulares. Não dá para contar com os reservas, com exceção do Denner. Esqueçam as derrotas para Oeste, XV de Piracicaba e São Bernardo. Mata-mata é outro campeonato. Quem vier, tem que encarar e decidir nos 2 confrontos.