Guarani, negociação da Libra e a (aparente!) incapacidade de emplacar os argumentos

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A cada dia a implantada da nova Liga vira uma novela. De um lado, a Libra, com os principais gigantes com Corinthians e Flamengo e do qual faz parte Ponte Preta e Guarani. No outro front, o grupo Forte Futebol , que engloba clubes de porte médio e agremiações que desejam mudar a ordem da geografia da bola. A Libra tem em mãos uma proposta do Fundo de investimentos árabe Mubadala que deseja comprar 12,5% dos direitos de mídia das equipes, referentes ao Brasileirão, por um prazo de 50 anos.

O torcedor bugrino está inconformado.

Pela proposta, o Guarani teria direito a R$ 31 milhões enquanto que a Ponte Preta ficaria com R$ 40,5 milhões.

A proposta para a Macaca tem embasamento se levarmos em conta suas participações recentes em Copa do Brasil, Série A de Campeonato Brasileiro e finalista de Copa Sul-Americana. Ou seja, estava na vitrine.

E o Guarani? Os apressados podem dizer que o retrospecto negativo dá argumentos para o valor baixo: participação na terceirona nacional de 2013 a 2016, exclusão do Campeonato Paulista de 2014 a 2018, falta de participação na divisão principal do Brasileirão desde 2010, rebaixamentos…Ok, os motivos para destruir as ambições bugrinas são variadas.

Só que quando você representa uma equipe a sua função é defender os interesses da instituição e destruir o embasamento de quem deseja lhe colocar para baixo. O Guarani é campeão Brasileiro de 1978, vencedor da Taça de Prata de 1981, finalista do Brasileirão de 1986, vice-campeão da Série B de 2009 e sediada em uma dos principais centros industriais e comerciais e industriais do Brasil.

De quebra, temos uma equipe que revelou jogadores como Renato, Careca, Julio César, Amoroso, Luizão, Jonas, entre outros. Ou seja, não faltam motivos para que o Guarani ganhe mais ou igual a Ponte Preta ou Vitória (BA), que nunca sagrou-se campeão brasileiro e levaria R$ 60 milhões. Tem mais torcida? Ora, a tarefa de um representante de um clube é evitar que os desejos se sobreponham aos fatos durante uma negociação.

Questionamento: por que os argumentos dos dirigentes bugrinos não são ouvidos? Por que o Guarani está tão sub representado em uma negociação tão importante? Esta é a pergunta que fica no ar.

(Elias Aredes Junior-Foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)