Guarani: tropeços contra Tombense e Juventude vão anular a boa largada contra o Guaratinguetá?

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No futebol , todos os cenários devem ser pensados. A vitória deve ser comemorada com a intensidade de que ninguém espera o amanhã. O Guarani cumpriu a risca o protocolo diante do Guaratinguetá. Agora, uma pergunta incômoda surge no horizonte: e se tudo não passar de uma noite de verão? E se forem colhidas derrotas para Tombense e Juventude, compromissos marcados na casa dos adversários?

Em minha participação como comentarista na Rádio Central, os ouvintes no Whatsapp e nas redes sociais apontam que o entusiasmo com o Guarani é desmedido. Que ninguém deveria comemorar o triunfo diante de um time fraco e sem perspectiva de escapar do rebaixamento. Que seu presidente, Horley Senna não mereceria trégua por suas trapalhadas jurídicas.

A função de critico de futebol é espinhosa porque é impossível agradar todas as alas. A única a ser contemplada é a sua consciência. Vamos aos fatos: o Guarani não só jogou bem como exibiu um conceito de jogo sólido, atributo vital para suplantar qualquer adversário, seja fraco ou forte. Se Horley Senna não dá conta do recado, um ponto não pode ser desprezado: Marcelo Chamusca demonstrou em 90 minutos que não negou fogo na prova inicial.

Os sintomas são vários. Virada de jogo pelos lados do campo, penetração de Renato Silva como armador , Fumagalli como atacante e utilização de Deivid no lado esquerdo para executar as jogadas. Há defeitos. A marcação adiantada deixou os zagueiros expostos a jogadores velocistas. Agora, pense: nada disso descrito acima existiu nas estreias em 2013 como Tarcísio Pugliese ( excessivamente defensivo) ou mesmo com Evaristo Piza em 2014 e no ano seguinte com Ademir Fonseca. Pergunta: por que esconder isso? Por que minimizar um aspecto latente aos olhos de quem entende o mínimo de futebol?

Tais predicados constroem garantia de vitória nos próximos jogos? Nada disso. O time mineiro tem jogadores tarimbados como o ex-zagueiro Jorge Luiz e pode muito bem faturar três pontos diante do Guarani. Assim como o Juventude é candidato ao acesso e uma derrota bugrina deveria ser contabilizada.

Isto inviabiliza os elogios iniciais? Descredencia o que foi feito de bom? Nada disso. Times campeões e bem treinados também sofrem turbulências e decepções. Imagine quem está no início de trabalho e em boa parte do tempo teve menos de 15 jogadores à disposição.

Seja por parte de torcedores ou cronistas esportivos, a análise de futebol no Brasil precisa ser conduzida por mais razão e menos revanchismo, rivalidade e ressentimento. Seria bom para todo mundo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)