Leicester e os azarões da bola dão motivos para Ponte Preta e Eduardo Baptista apostarem em um final feliz

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Com planejamento, força e dedicação, o Leicester superou os gigantes locais e consagrou-se campeão inglês. Na Espanha, apesar de receber bem menos que Barcelona e Real Madrid, o técnico Diego Simeone foi capaz de levar o Atlético de Madrid a terceira colocação do Campeonato Espanhol, com 88 pontos e disputar a final da Liga dos Campeões e ver o título escapar na decisão por pênaltis diante do Real Madrid. São histórias diferentes, contextos diversos e com uma lição implícita: é possível o desfavorecido e com renda menor atormentar e incomodar em um futebol cada vez mais profissional. A lição chegou ao Brasil com força. A Ponte Preta não foge a regra.

Quando entra na sala de imprensa após uma vitória contra o Atlético Paranaense e recusa qualquer chance de se transferir ao Corinthians, o técnico Eduardo Baptista escancara sua intenção de abraçar a chance de embarcar na maré positiva.

Não, por enquanto não falo em disputa de título. Longe disso. Sonhar, no entanto, com uma escalada que possibilite uma posição redentora é lícito e plausível. Nesta década, duas performances são um combustível de esperança. Em 2011, o técnico Jorginho conduziu o Figueirense a sétima colocação com 58 pontos e ficou a dois pontos do Flamengo, último classificado para a Copa Libertadores. Dois anos depois, foi a vez do Atlético Paranaense terminar na terceira colocação com 64 pontos.

Os triunfo dos azarões no continente europeu deixam mais exposta a possibilidade de que, ao aceitar um convite para dirigir um gigante brasileiro, a estabilidade financeira oferecida pode vir acompanhada de uma dúvida na mente de Eduardo Baptista: e se o técnico deixar no passado uma chance concreta de campanha história com um time de médio porte e de relevância incontestável no interior paulista? E se o encanto não se transferir para o novo emprego cheio de armadilhas, disputadas, vaidades e cobranças?

A Ponte Preta precisa de Eduardo Baptista. Vem de um Campeonato Paulista decepcionante, sua torcida ainda encontra-se magoada pela perda da Sul-Americana em 2013 e  precisa construir boa campanha para assegurar recursos financeiros. Só que também é verdade que o treinador necessita da Macaca. Apesar do trabalho consagrador no Sport (PE), Baptista vem de uma temporada infeliz no Fluminense e com aproveitamento ruim. Uma boa campanha com a Macaca faria com que a estadia nas Laranjeiras fosse considerada um acidente de percurso.

Junte estes dois fatores e o triunfo dos “Davi´s” contra os diversos Golias espalhados pelo mundo afora e a conclusão é única: a Ponte Preta deve e precisa apostar em um final feliz no atual Brasileirão.

(análise feita por Elias Aredes Junior)