Lucas Drubscky, Guarani e a temeridade de fazer um julgamento precipitado antes do trabalho feito

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O torcedor do Guarani que está mais atento ao noticiário certamente está com uma pulga atrás da orelha. Na fatidica entrevista coletiva concedida após a derrota do Coritiba para o Grêmio por 5 a 1, o técnico Antonio Carlos Zago foi enfático em afirmar que o principal culpado pela fase horrorosa da equipe paranaense no gramado é de quem montou o elenco. Quem? Lucas Drubscky, atual Superintendente Executivo de Futebol do Guarani.

O atual executivo bugrino estava no time coxa branca desde setembro de 2022 e sua saída no dia 08 de maio de 2023 foi motivada, segundo informações, por dois fatores. O primeiro era o desempenho ruim no Campeonato Brasileiro, além da da venda da SAF do clube, o que provocaria a contratação de novos executivos.

Tarefa mais fácil no Guarani, no Coritiba e em qualquer clube do Brasil é culpar o executivo de futebol pelo fracasso e queimá-lo para o mercado. Evidente que não existe dirigente remunerado infalível. Mas seríamos levianos ao esquecermos a conjuntura que cerca uma pessoa que exerce tal função.

Existem interesses dos dirigentes estatutários, gente que deseja se intrometer e que não entende de futebol, jogadores que são enfiados goela abaixo para agradar terceiros, disputas entre empresários…Ou seja, quando o executivo é vitorioso você pode acreditar que uma série de obstáculos foram ultrapassados. E quando nada dá certo , certamente os agentes externos foram decisivos. Não é falácia ou passada de pano. É a realidade.

Dou como exemplo um dos dois times de Campinas que foi rebaixado em determinado ano e o executivo de futebol teve que engolir um jogador que não era de sua preferência porque precisou obedecer ao presidente, que queria o jogador. Só na hora da cobrança da fatura, o dirigente estatutário não quis assumir o erro.

Devemos analisar caso a caso.  No caso do Guarani, devemos verificar se a autonomia prometida a Lucas Drubscky será cumprida. Julgá-lo de maneira precipitada é um erro. Até porque sabemos que os dirigentes estatutários de qualquer clube adoram marcar gol contra na área da gestão do futebol. Não seria diferente no Guarani.

(Elias Aredes Junior-foto de Thomaz Marostegan-Guarani)