Na Ponte Preta, o torcedor precisa ser colocado para dentro do estádio. Em definitivo!

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A Ponte Preta anuncia oficialmente nesta quinta-feira uma promoção para atrair torcedores para o confronto diante do XV do Piracicaba. A expectativa é que com a troca de garrafas pets por ingressos e a geral com valor máximo de R$ 10 o torcedor preencha as arquibancadas do Majestoso. Especialmente o torcedor de baixa renda, aquele com salário de, no máximo, R$ 1, 5 mil e que muitas vezes não tem recursos sequer para pagar as mensalidades do projeto de sócio torcedor, até as mais baratas.

São os torcedores anônimos e populares que transformaram a Ponte Preta na potência que é no interior paulista. É o povão que levou a Macaca nas costas nos 10 anos de calvário na segundona estadual na década de 1960. São os torcedores, pobres, desassistidos e sem recursos que moveram mundos e fundos para invadir o Pacaembu na final da Sul-Americana e proporcionou o público de 28.477 pagantes.

 Se tudo está lindo no Campeonato Paulista é de bom tom já querer saber do que será feito no Campeonato Brasileiro. Ou seja, seria um retrocesso pedir para que todos os torcedores façam a festa no Paulistão e selecionar apenas um punhado de eleitos na sequência da temporada.

O fato é que nas últimas edições dos torneios de alcance nacional os ingressos foram majorados e os torcedores de baixa renda ficaram em segundo plano. Sempre que foi inquirida, a diretoria justificou a medida como forma de viabilizar a arrecadação de recursos. No entanto, a medida de excluir os pobres das arquibancadas revelou-se um equívoco.

No Campeonato Brasileiro do ano passado, a Macaca foi a lanterna em média de público com 6.281 torcedores em cada um dos 19 jogos como anfitrião. Para se ter uma ideia, o Coritiba ficou apenas na 12ª posição e com 14.000 torcedores por jogo.

Neste Paulistão, o quadro não mudou. Nos jogos contra Santos, São Bento, São Paulo e Botafogo a média ficou em 4319.

Não precisa ser um gênio para chegar a uma conclusão: o torcedor de baixa renda, pelo menos na Ponte Preta ficou do lado de fora nos últimos meses. Passou da hora de colocá-los para dentro do estádio.

(análise feita por Elias Aredes Junior)