No futebol campineiro, o técnico tem a menor parcela de culpa. Ou alguém duvida?

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São vários os motivos que produzem a demissão de um treinador no futebol brasileiro. Falta de resultados, ausência de respaldo do vestiário, briga com dirigentes, indignação com a metodologia de trabalho ou as vezes a busca de uma fórmula mágica para reverter tendências que parecem inatingíveis. Quando você encontra-se em um clube de médio porte, como é o caso de Ponte Preta ou Guarani, o quadro fica ainda mais delicado.

Umberto Louzer terminou o ano em baixa por causa da ausência de vitórias na Série B do Campeonato Brasileiro. João Brigatti reforçou ainda mais sua figura mítica dentro da torcida da Ponte Preta ao conquistar sete dos nove pontos que disputou nas rodadas finais da Série B do Campeonato Brasileiro.

Todo esse quadro pode ser mudado em questão de segundos. Uma derrota e vira vilão. Uma vitória e Louzer e novamente será recebido com sorrisos. No entanto, queria abordar um outro ponto: o papel de jornalistas e torcedores neste cenário e no quadro vivido pelos técnicos.

Assumo: não me conformo com a atual posição do futebol campineiro. É a entronização da mediocridade. Somos obrigados a comemorar a chegada de atletas medianos e aceitar posições decepcionantes nas competições. Penso que direcionar o canhão aos treinadores é o absurdos dos absurdos. Como exigir futebol de Barcelona ou Real Madrid com atletas de nível deplorável ou em péssimo estado físico? Treinadores não são mágicos.

A verdade é que o principal culpado pelo estado de mediocridade é única e somente dos dirigentes. Torcedores protestam? Sim.

Mas e os conselhos deliberativos? Os representantes dos torcedores fazem apenas reuniões protocolares, cobranças idem e fica tudo por isso mesmo. Com razão, vereadores, deputados estaduais e federais são cobrados e submetidos a sabatinas em veículos de comunicação.

E os conselheiros dos clubes? Por que não são ouvidos? Por que não são cobrados por suas posições? O que impede que eles cobrem por times sistematicamente limitados montados ano após ano? Pois é.

Antes de xingar Umberto Louzer e João Brigatti na próxima derrota, pense que eles tem a menor parcela de culpa neste processo atabalhoado do futebol campineiro.

(Artigo escrito por Elias Aredes Junior com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)