O empate da Ponte Preta no Morumbi é para lamentar ou comemorar?

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Futebol gera polêmica nos detalhes. Fatos aparentemente sedimentados e que no fundo guardam nuances imperceptíveis ao público. Veja o caso da Ponte Preta. Diante de mais de 50 mil pessoas arrancou um empate por 2 a 2 com o São Paulo no estádio do Morumbi.

Como perdia por 2 a 0 e reagiu na etapa final, o resultado deve ser comemorado. Se levarmos em conta que o ponto conquistado no frigir dos ovos impediu a entrada na zona do rebaixamento após os resultados da rodada, não há o que contestar: o empate foi salvador.

Pense ainda o futebol de qualidade exibido pela Ponte Preta nos últimos 30 minutos. Envolvente, criativo, ofensivo, destemido e com alternativas. Tudo aquilo que o torcedor pediu durante boa parte do Brasileirão.

Outra notícia boa: a atuação do lateral-esquerdo Danilo Barcelos. Ousado, rápido e eficiente na bola parada, o jogador foi fundamental para a obtenção da igualdade. Sem contar Léo Gamalho, absurdamente eficiente: duas chances reais, um gol. Se estivesse em campo no primeiro tempo a história seria diferente? Pois é.

Primeiro tempo que, aliás, produz o lamento pelo resultado. Que provoca reflexão. O São Paulo jogava em casa, tinha torcida a seu favor, uma clima de pressão quase insuportável e jogadores com poder de decisão como Lucas Pratto e Hernanes. Isso é o caso de atuar retrancado? Nem tanto.

O São Paulo estava um pilha de nervos nos 90 minutos. A bola queimava no pé. O nervosismo dos atletas era latente. Erros de passes eram comuns e não existia calma e tranquilidade para aplicar no gramado aquilo que foi treinado com Dorival Júnior. Fez o primeiro gol graças a uma falta boba cometida por Marllon e uma cobrança magistral de Hernanes. O segundo gol coloque na conta do goleiro Aranha. Apesar dos serviços prestados, esteve em noite infeliz.

Após a expulsão de Jucilei a Ponte Preta tomou coragem, foi a frente, empatou e poderia ter vencido tamanho foi o domínio sobre o São Paulo. Jogar um homem a mais ajudou? Respondo com outra pergunta: Será? O Atlético Mineiro enfrentou o Palmeiras com nove jogadores e não furou o bloqueio. Motivo: encontrou um time organizado. O tricolor paulista não teve tal característica em nenhum momento. Ou seja, pressão pontepretana teve boa dose de mérito.

Conclusão: se fosse um pouco mais pró-ativa e ousada, a Ponte Preta evitaria dor de cabeça no Morumbi. E levaria três pontos que lhe daria combustível suficiente para as rodadas restantes. Que o vacilo não aconteça novamente.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Ótima análise, de novo. Repito o que venho dizendo há tempos: a Ponte tem time, elenco, cacife, etc pra jogar de igual pra igual com a maioria dos adversários da elite, basta ter coragem, postura. Acho que o Kleina é que segura isso, com o papo furado de tentar só “somar ponto” quando é visitante.