O lugar (nobre) de Marcelo Chamusca na história do Guarani

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Marcelo Chamusca está na história do Guarani. Em 20 jogos sentado no banco de reserva, tem um aproveitamento de 71,92%. O alviverde precisou experimentar o fracasso com 10 comandantes antes de carimbar o retorno à Série B do Campeonato Brasileiro. Fica a pergunta: qual será seu lugar na história do clube? Independente daquilo que apurar nas semifinais ou em uma possível final da terceirona nacional já dá para apostar de que ocupará um lugar nobre.

Provas? Não é dificil detectar. Sua performance no momento é superior aos últimos dois treinadores que conseguiram acessos no estádio Brinco de Ouro. Em 2009, em 38 jogos, o atual técnico da Seleção Feminina, Oswaldo Alvarez, o Vadão, foi vice-campeão da Série B e com aproveitamento de 60,5% dos pontos disputados. Dois anos depois, Vilson Tadei precisou acumular um aproveitamento de 63,5% para conseguir o vice-campeonato da Série A-2.

Existe uma outra diferença. Tanto Vadão como Tadei enfrentaram dificuldades financeiras, mas ainda existia o período de transição do Clube dos 13, o que trazia alguma perspectiva financeira. Apesar de que na Série B de 2011, o dinheiro sumiu e houve a necessidade de aglutinação por parte do então técnico Giba -já falecido- e do preparador físico Walter Grassmmann para não deixar o clima degringolar e obter o acesso. Mesmo assim, apesar dos obstáculos, Vadão e Tadei tiveram uma conjuntura um pouco mais favorável.

E Chamusca? Ok, os salários foram pagos em dia e ele teve uma estrutura mínima para trabalhar, com presença de analista de desempenho e outros profissionais importantes.

Mas algo precisa ser lembrado. Chamusca trabalhou sob intensa pressão, pois nos últimos quatro anos o Guarani não teve um resultado relevante e conviveu com dificuldades financeiras. Mais: ver o principal rival na divisão de elite nacional constituiu-se em fator de aceleração para a obtenção de resultados.

Quer outro fator? Em 2008, Luciano Dias obteve o acesso na Série C após o vice-campeonato com 14 partidas disputadas em um hexagonal. No ano seguinte, Vadão teve 38 jogos para construir o acesso á divisão de elite. Já em 2011, Vilson Tadei encarou um quadrangular decisivo e em que os dois primeiros subiam. E Chamusca? Nada de facilidades. Dois jogos para conseguir o acesso e nada mais. Sem contar a derrota no primeiro jogo por 3 a 1 o que transformou o confronto no Brinco de Ouro em um confronto de vida e morte. E Chamusca sobreviveu. E ressuscitou o Guarani para o futebol nacional.

Por todos esses fatores Marcelo Chamusca merece um lugar de honra na história do Guarani.

(análise feita por Elias Aredes Junior)