O Majestoso coloca medo nos adversários. O principal legado da Ponte Preta no Brasileirão-2016

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A Ponte Preta está na reta final do Campeonato Brasileiro. Luta com todas as suas forças para operar a façanha de disputar a Copa Libertadores de 2017. Uma vitória, no entanto, pode e deve ser contabilizada: a Macaca voltou a incutir medo nos adversários dentro do Estádio Moisés Lucarelli, um conceito que parecia perdido.

A evolução é nítida. Em 2012, o aproveitamento em casa foi de 59,6% (34 pontos dos 48 do total). No ano seguinte, boa parte do rebaixamento pode ser colocada nas costas dos jogadores incapazes de aproveitar o calor das arquibancadas. Foi a penúltima colocada no ranking dos anfitriões com 38,6% dos pontos conquistados em casa. Ou seja, 22 dos 57 em disputa.

No retorno à divisão de elite, no ano passado, a Alvinegra faturou 31 pontos em Campinas e cravou 54,4% de aproveitamento. Neste ano, a Ponte Preta está na quarta posição dos ranking dos mandantes com 72,9% de aproveitamento e com 35 pontos somados. E com três jogos a serem disputados. Qual foi o segredo? Existem motivos subjetivos e concretos para tal performance.

Ao contrário de anos anteriores, oportunidades não foram desperdiçadas quando o oponente expunha algum tipo de fragilidade. O Palmeiras está em má fase técnica? Vitória. O Corinthians oscila sob o comando de Cristovão Borges? Três pontos na sacola! O Botafogo não embala sob o comando de Ricardo Gomes? Gol neles sem perdão. O quadro poderia ser ainda melhor caso não ocorresse o vacilo diante do América Mineiro. O empate por 1 a 1 ainda dói na alma.

Existe  outra explicação. Você pode considerar subjetivo e sem sentido, mas deveria servir como reflexão. Simples: existem “representantes” da torcida dentro do gramado e no banco de reservas.

Roger é cercado de polêmica, mas por diversas vezes declarou sua torcida pelo clube. Alguém duvida que ele é um daqueles que cobram e pedem dedicação total dos companheiros? Conhece os meandros e o sentimento do torcedor. Pensa como ele. Sabe que um dia estará sentado na arquibancada como qualquer outro. Com gestos e palavras tenta transmitir aos companheiros aquilo que é o perfil da Ponte Preta: raça, luta, dedicação, entrega. Sem cessar.

Como Eduardo Baptista engrossa o coro, o nível de concentração tende a ser altíssimo e o resultado é aquele que conhecemos: um time forte, disposto a marcar de modo feroz e sem medo de encarar qualquer um no Majestoso. Ok, ok, não tira a razão de quem lamenta o desempenho como visitante, de 10 pontos em 15 partidas. Aproveitamento de 22,2%. É pouco. Quase nada. Mas para quem deseja fazer história em curto, médio e longo prazo dominar a própria arena é requisito primário. A Ponte Preta cumpre a missão com sobras.

(análise feita por Elias Aredes Junior)