Palmas e parabéns por mais um ano de vida de Totó, o torcedor símbolo da Macaca no Século 21

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O principal patrimônio de um time é sua torcida. O conceito aplica-se de modo justo e coerente na Ponte Preta. Sua história, trajetória, vitórias e epopeias construídas ao longo de 117 anos fazem com que produza um sentimento único em uma comunidade que cresce a cada dia. Existem torcedores diferenciados. Que brilham e resplandecem. Capazes de provocar emoções e sentimentos antes da bola rolar. São únicos. Insuperáveis.

A Macaca tem  exemplares. Poderíamos falar de Donana ou de Conceição, comprovações inequívocas de que o futebol não é um reduto machista. Nos últimos anos, emerge uma nova figura.  Alma que tem mistura de amor, carinho, solidariedade e superação. Está seja qual o estádio que entre a Ponte Preta. Seu apoio é incondicional. Espera o dia de glória e sua postura e devoção pelo manto e pelo estádio Moisés Lucarelli provocam o sentimento de esperança nos outros torcedores. Falo de Américo Bisotto, conhecido como Totó, que faz aniversário  nesta quarta-feira.

Veio ao mundo um dia após a inauguração do estádio Moisés Lucarelli. Destino traçado. Já foi personagem no começo dos trabalhos deste Só Dérbi. Mas hoje quero falar não do torcedor e sim do ser humano único que enfrenta sol, chuva, adversidades e suas próprias limitações para não deixar a Macaca sozinha. Tem doação irrestrita. Não pede nada em troca.

Confesso: ele fez mudar minha cabeça em muitos conceitos. Porque Totó ao contrário do estigma forjado ao lado dos anos, não é um torcedor pobre, remediado e que faz tripas o coração para regar a sua paixão no coração. Pelo contrário. Está estabilizado, família bem resolvida e poderia muito bem curtir a sua aposentadoria após anos e anos de trabalho.

Nada disso. Totó dá lição todos os dias. Já escrevi que todos têm direito de torcer para a Ponte Preta do jeito que quiser. Fato. Mas o que dizer daquele torcedor que pode dar algo a mais ao seu clube e posta-se como um autêntico consumidor. Não dá nada, seja do sofá, da internet ou no pay per view. Sua letargia é tamanha que sequer consegue criticar. É apático, distante.

Totó é o inverso. Vive Ponte Preta as 24 horas do dia e do seu jeito. E se tiver idêntica devoção, Totó respeita e apoia aqueles que torcem pela Nega Véia.

Em termos de intolerância e falta de respeito ao próximo, Totó dá exemplo de civilidade. Conversei algumas vezes com ele, seja no ar, pela Rádio Central ou em bate papo descontraído. Temos visões diferentes. Nem por isso nos degladiamos. Ele fala e escuta. Ouve e pondera. Eu cresço após trocar ideias com ele. E tenho certeza que ele passa a compreender as dificuldades do trabalho da imprensa, uma centelha de razão no meio da paixão.

Que este dia sirva para a comunidade pontepretana reverenciar não só um torcedor mas uma semente constante de esperança de dias melhores. Vida longa para Totó. Parabéns!.

(texto de autoria de Elias Aredes Junior)