Para a imprensa de alcance nacional, a Ponte Preta é um case de sucesso; para a torcida, a diretoria é uma decepção. Quem está certo?

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A verdade pode ser um cubo. Tem muitos lados. A exibição de um lado ou outro do objeto determina o veredito. No futebol, tal norma ganha ares de tese acadêmica. Decisões de campeonato, jogadores e cartolas são vistos e revistos de tempos em tempos. Cada um compra a versão que lhe convém. Ou que está mais próxima da verdade quando esta transforma-se em circulo: não se sabe quando começa ou termina.

Existem duas versões da Ponte Preta. Uma propagada pelos veículos de comunicação da capital e outra pela torcida. Nos veículos de comunicação de alcance nacional, a Macaca é exemplo de responsabilidade financeira, pagadora de suas obrigações e o presidente Vanderlei Pereira é um executivo de sucesso. Exemplo para todos. Tanto que serviu de mote para uma matéria do site da Revista Exame. O campeonato vencido pela Macaca, para os veículos da capital paulista, é a do crescimento da marca e obtenção de patrocínios. Sucesso garantido.

Interessante é a negligência em ouvir o torcedor pontepretano. Aquele que senta na arquibancada e sonha dia e noite com a conquista de um título. Para este, a atual direção flerta com o fracasso. Por que a mesma diretoria designada como um leão nos gabinetes demorou quase 20 dias para escolher um treinador, perdeu Luis Fabiano como reforço, não fez contratações de impacto para o Campeonato Paulista, amargou uma eliminação na Copa do Brasil e precisou apelar a um velho conhecido – Gilson Kleina- para retomar o rumo de sua história. Sem contar a saída de William Pottker, o seu principal jogador para o Internacional a partir de maio.

Convenhamos: neste Brasil marcado pela concentração de renda e de privilégio para poucos, alguém acredita realmente que os chefões do futebol querem a entrada de um time do interior entre os player´s de ponta, nem que seja em longo prazo? Para a grande imprensa, o clube deve ficar restrito aos 12 gigantes. Fugir disso é abrir espaço ao bug generalizado, ao desmonte de uma estrutura consolidada.

No fundo, no fundo, ao propagarem os feitos financeiros, administrativos e de marketing da Macaca, a meta é conceder um prêmio de consolação. A torcida já falou que não aceita. Quer mais. Se a diretoria abrir os braços e abrir o presidente mixuruca, que arque com as consequências.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

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  1. “No fundo, no fundo, ao propagarem os feitos financeiros, administrativos e de marketing da Macaca, a meta é conceder um prêmio de consolação. A torcida já falou que não aceita. Quer mais. Se a diretoria abrir os braços e abrir o presidente mixuruca, que arque com as consequências.”

    Gostaria que o autor – se possível – explicasse melhor esse ultimo parágrafo.