Pesquisa exibe crise para clubes da divisão de elite; Integrantes da Série B devem sofrer queda maior de receita

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Responsável por estudar as finanças do futebol brasileiro, o consultor Amir Somoggi, proprietário da Sports Value, estima que a queda de receita nos clubes da divisão de elite do futebol brasileiro deverá atingir a marca de 37% em 2020.

Ou seja, o faturamento dos 20 maiores do Brasil deverá ficar entre R$ 3,6 milhões e R$ 4,6 bilhões, o que faria o pelotão de frente do futebol nacional ficar com um montante equivalente ao que foi acumulado em 2011. No ano passado, o montante ficou em R$ 6,8 bilhões.

Quanto a Ponte Preta e Guarani, o quadro deve ser pior. A queda pode ir além daquilo que for apurado na Série A. “O problema é que esses clubes (que disputam a Série B) tem pouquíssimas fontes de receita, que são as cotas de televisão, sócio torcedor e bilheteria. Os patrocínios são muitas vezes insignificantes. Parece que Flamengo e Corinthians vão perder muito dinheiro, mas eles vão buscar novas formas de receitas. Como a Ponte Preta na atual situação pode pensar em streaming? (A crise) É mais pela falta de estrutura e de capacidade de sair da crise do que pelo tamanho do tombo em si”, afirmou a reportagem do Só Derbi.

Um dos fatores que atrapalham é a ausência de um plano de negócios e o comportamento analógico dos dirigentes em relação a nova realidade do futebol, em que tudo é centralizado no dia do jogo.

Para exemplificar o que seria o modelo ideal, Somoggi cita o caso do Atlético Nacional da Colómbia, que promove regularmente  transmissões ao vivo com ex-jogadores do passado, algo que mobiliza a torcida e atrai patrocinadores, que vêem suas marcas divulgadas.

Por outro lado, o Bahia lançou a instituição do Sócio digital, que terá direito a sua série de produtos, o que envolve até o acompanhamento das transmissões dos jogos das categorias de base. “Os clubes precisam liderar o processo efetivo de mudança”, completou.

E em entrevista ao portal da Revista Exame, Somoggi estima que na Europa a depressão econômica no futebol deverá durar quatro anos enquanto que no Brasil a deficiência de infra-estrutura e a baixa renda dos torcedores deverá deixar o quadro ainda mais dramático.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)