Ponte Preta e a recusa dos técnicos: como atrair bons funcionários para uma empresa bagunçada?

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Jorginho, técnico da Ponte Preta em 2013, e Mazola Junior disseram não para o presidente José Armando Abdalla Júnior. Por enquanto, a indefinição reina sobre o próximo comandante da Macaca. Os minutos passam, os dias são implacáveis e nada impede que, após eu publicar este texto, a diretoria faça o anúncio do profissional que tocará o clube até o final do ano.

Independente disso, algo fica latente: a dificuldade de trazer o treinador está intimamente ligado aos problemas e discussões geradas nos bastidores.

Pare e pense. Digamos que alguém lhe procura com uma oferta tentadora de emprego. Salário polpudo, benefícios aos borbotões e a oportunidade de ganhar uma projeção no mercado. Ato contínuo, você sai em busca de informações deste possível local de trabalho. Alguém especializado lhe alerta de que pode ser uma fria ou que não é a hora correta.

Apesar do salário em dia e da possibilidade de afirmação e de novos passos a serem galgados, a família controladora da empresa vive em pé de guerra, os acionistas articulam para afastar o presidente do Conselho de Administração e o chefe do executivo deixa todos de cabelo em pé em virtude de suas trapalhadas e vacilações.

Seus futuros subordinados não contam com qualidade profissional apurada e provocam discussões e debates nas instâncias superiores. Cá para nós: você abraçaria cegamente o convite ou pensaria duas vezes antes de aceitar?

Dou este exemplo para dizer que não há como evitar atualmente que técnicos rejeitem o convite da Ponte Preta. Quem topar deve receber uma boa dose de homenagens e benevolência.

Ora, como um treinador pode fechar os olhos para a guerra política dentro da Ponte Preta? Como ignorar a falta de sintonia entre Sérgio Carnielli e José Armando Abdalla Junior? De que maneira pode-se desprezar as falhas de planejamento e na contratação de jogadores em 2018? Consertar tudo isso até novembro? Que loucura é essa?

Antes de escolher treinador, o salutar seria a Ponte Preta ajeitar a sua casa e resolver o impasse nos gabinetes. Sem isso, o próximo treinador não assumirá um time de futebol, e sim uma panela de pressão prestes a explodir.

(análise feita por Elias Aredes Junior)