Ponte Preta e Guarani, integrantes do pelotão de elite do futebol brasileiro. Como? O Só Dérbi explica para você

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Na sexta-feira passada, a Pluri Consultoria divulgou um relatório em que descreve o desequilíbrio reinante no futebol brasileiro. Pela existência dos estaduais, alguns clubes tem um excesso de partidas enquanto outros terminam suas atividades em março e abril.

O estudo coordenado por Fernando Ferreira vai longe: crave que integrantes da Série B são integrantes de um pelotão de elite. Motivo: são agremiações com ocupação acima de 60% do calendário útil do futebol.

Quando falamos de Ponte Preta e Guarani, o termo soa até desconexo. Afinal, como considerar de elite um clube como o Alviverde envolvido em dividas, enrolado com a Justiça Trabalhista e que faz das tripas o coração para deixar as contas em dia? O mesmo pode-se de dizer da Ponte Preta, que depende direta ou indiretamente de um mecenas para fazer diferença.

Para entender melhor o conceito conversamos com o presidente da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira que deu a seguinte explicação: “A gente costuma falar de clubes que fazem parte da elite aqueles clubes muito grandes como Flamengo, Corinthians e Palmeiras. Esse é o topo da pirâmide do futebol brasileiro. Mas existe um grupo de clubes que  disputam competições que permite atividade plena o ano inteiro. São os clubes da Séries A e B. Eles disputam os estaduais até abril e depois disputam os nacionais de maio a dezembro. Em seis meses eles disputam o campeonato nacional. E aqui está a grande distorção. No mundo inteiro, o campeonato nacional, com 38 rodadas e turno e returno, esse campeonato está distribuído por 10 meses. O Brasil pega o mesmo campeonato e enfia em seis meses. Por isso que temos um excesso de jogos e muito próximos um ao outro. E tudo que você em excesso o valor cai. É uma lei da economia”, afirmou o executivo especializado em economia do esporte.

Ele alerta que enquanto na Europa um clube de ponta atua no máximo por 55 oportunidades, no Brasil temos vários casos de clubes com mais de 65 ou 70 jogos. “Estar na Série B é você encontrar-se no grupo que vai jogar, no mínimo, 80% do calendário”, disse. “Quando você esta na Série C você cai para 24 jogos e  perde 14 jogos. O seu calendário acaba antes. E na Série D, se você cair na fase inicial, você disputa apenas seis jogos”, completou Fernando Ferreira.

(Elias Aredes Junior)