Ponte Preta e o titulo de 1969: o alicerce para criação de ídolos e feitos históricos

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O repórter Heitor Esmeriz, do Globo Esporte.com, foi o autor de uma reportagem de ótima qualidade sobre a comemoração dos 50 anos da conquista do título da Primeira Divisão do Campeonato Paulista de 1969.

Contamos por diversas vezes a urgência de mudança de atitude por parte dos torcedores pontepretanos, que deveriam celebrar esta conquista. Especialmente porque poucos ligam os fatos e não chegam a uma conclusão óbvia: a conquista de 1969 foi o alicerce para os anos de ouro da Macaca.

Personagens provaram sua capacidade e competência e entraram em definitivo para a história.

No gramado, Dicá, o garoto do Jardim Santa Odila, teve esta competição como seu cartão de visitas. Posteriormente, a década de 1970 foi a passarela do camisa 10, com passagens por Portuguesa, Santos e artificie dos times inesquecíveis de 1977 e 1979. Acredito que sem o titulo de 1969, Dicá não abriria a estrada para construir a dimensão que tem sua carreira.

No banco de reservas, a conquista foi o cartão de visitas de Zé Duarte. Após atuar no futebol amador e nas categorias menores do Guarani o ano de 1969 foi a largada para uma trajetória de glórias do Zé do Boné. Campeão pela Ponte Preta e no Guarani em 1981, pela Taça de Prata. Só ele tem tal distinção.

E Peri Chaib? Campinas jamais terá um dirigente tão astuto, inteligente e esperto para tocar o futebol.

Fez trajetória top no Gazeta e em competições amadoras. Depois assumiu o futebol pontepretano e além de 1969, contabilizou bons trabalhos em 1977 e 1979. Sem o carimbo de 1969 certamente a mística em torno de Chaib não seria igual.

A conquista foi fundamental, importante e histórica. Atletas, comissão técnica e dirigentes devem receber todas as homenagens. Mas o torcedor pontepretano deve ir além. Entender que sem a taça de 1969 e a excelência de seus heróis, a Ponte Preta dificilmente seria a protagonista que se transformou no futebol brasileiro. Não é pouco.

(Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Daquela molecada, Dicá estreou em 1966 e rompeu o modelo de medalhões de 1968 garantindo vaga na equipe, a exemplo do saudoso zagueiro Samuel, que brincava de aplicar um chapéu por jogo. Nelsinho Baptista, identificado apenas como Nelson, jogou no time de 1967. Custou pro atacante Manfrini cair no gosto da torcida. O pai dele saía da Mooca, em São Paulo, e discutia asperamente com torcedores, das vitalícias, que criticavam o filho. Não era um time só de garotos. Lateral Santos, volante Teodoro, meia Roberto Pinto, ponta-direita Alan e ponta-esquerda Adilson não eram garotos. Saudoso Djair, que antecedeu Manfrini no time de 69, gostava de uma noitada. Habilmente o diretor de futebol da época, Peri Chaib, colocava um amigo pra acompanhar Djair nos bares da vida, para posteriormente levá-lo pro descanso por volta das 23h. Assim, a farra era encurtada.