Ponte Preta, ingressos esgotados contra o XV e o encontro marcado para a reconciliação definitiva com a história

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A diretoria da Ponte Preta anunciou em suas redes sociais que 12 mil ingressos já foram vendidos para o confronto de sábado, às 18h30, contra o XV de Piracicaba, no estádio Moisés Lucarelli. Antes era teoria e agora virou realidade: o estádio estará lotado. Tudo vendido. Uma moldura para proporcionar uma festa gigantesca nos 90 minutos e se tudo correr certo após o apito final.

Esses números podem melhorar. Pois caso sobrem ingressos que são reservados aos participantes do TC10 e de outros nichos de público, uma nova venda será aberta na sexta-feira. Particularmente acho dificil devido a euforia do torcedor pontepretano.

De cabeça fria é hora de pensar porque existe tamanha comoção. Por que o pontepretano conta as horas para sentar na arquibancada e vibrar com o seu time do coração?.

Tudo isso tem relação com um fato: o torcedor da Macaca sente-se novamente proprietário do clube. Em condições normais da história pontepretana, a Série A-2 seria um rito de passagem, um purgatório a ser pago. Virou um case de libertação.

Relembre os anos e anos em que os ingressos na Macaca eram inacessíveis. Recorde o periodo em que os pobres pareciam distantes do seu amor maior e o local parecia um refúgio da classe média alta. Inclusive com eventos voltados para este tipo de público.

Pegue na memória as vezes em que a Ponte Preta jogou de amarelo ou de azul, algo totalmente em desacordo com o estatuto. A Ponte Preta parecia de propriedade de algumas pessoas, jamais de seu povo.

Eis que muda o grupo político no poder, vem o rebaixamento e todas as formas de poder ficam desmoralizadas. É nesse instante que aos poucos, o pontepretano de parcas condições financeiras e aqueles que estavam afastados retornam ao lugar que é de direito. Jogo após jogo na Série B do ano passado, as arquibancadas lotavam e todos acreditavam de que a Ponte Preta voltava ao seu lugar devido, que é a da origem popular, conectado com as ruas, bares, ônibus e todos os espaços ocupados por aqueles desprovidos de recursos.

Quem for ao Majestoso no próximo sábado não quer ver apenas um jogo de futebol e a vitória do seu time do coração. O que ele deseja é presenciar uma catarse, a reconciliação definitiva de um clube centenário com seu torcedor. Do reestabelecimento de uma máxima, que é o fato da torcida  ter um time.

Sábado é dia para entrar para a história. Dia para a Macaca enterrar de vez o seu passado e buscar dias melhores. Em parceria com uma gente que senta, chora e vibra na arquibancada.

(Elias Aredes Junior com foto de Marco Ribolli-Especial Pontepress)