Guarani, negociação com Richard Rios e a realidade: na hora de negociar com os gigantes, o clube é um Popeye sem espinafre

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Uma parte relevante da torcida do Guarani está inconformada com o desfecho da negociação do volante Richard Rios para o Palmeiras. O torcedor bugrino sente-se constrangido e decepcionado pelos valores envolvidos. Nem tanto pelo valor de R$ 6 milhões por 50% dos direitos econômicos do jogador, mas pela nova divisão.

Anteriormente, o Guarani tinha 50% , outros 25% estavam na mão do Flamengo e 25% estavam de posse do jogador. Agora, o Palmeiras ficou com 60%, o Flamengo está com 20% enquanto que o Guarani ficou com 10% e 10% com o próprio atleta. O Planeta Guarani, por sua vez, noticiou que o Alviverde ficou com 15%. Independente disso é preciso entender porque a negociação ficou tão prejudicial ao Guarani. Não adianta reclamar. É preciso analisar e entender a conjuntura.

Existe em qualquer negociação do futebol fatores objetivos e subjetivos que definem os valores e a condução das conversas. Valores, as cláusulas definidas em contrato, a vontade do jogador, ou a habilidade do empresários são fatos concretos que interferem no enredo e no desfecho de qualquer negócio. Qualquer um. Agora, existe um fator aparentemente inofensivo mas capaz de mudar os rumos de qualquer histórico, que é a força de clube tanto no gramado e na parte política do futebol brasileiro.

Sei que é duro para o torcedor bugrino entender e aceitar, mas o fato é que o clube negociou com a principal potência do futebol ao lado do Flamengo. Um clube com receita estimada em R$ 700 milhões para 2023. Uma equipe com folha de pagamento estimada acima de R$ 6 milhões. Alguma duvida que tais números não pesam na hora de negociação? Evidente que sim.

Enquanto isso, o Guarani passou por perrengues financeiros nos últimos anos, viu a perda de sua capacidade financeira e ano após anos viu seu papel diminuir na geografia da bola. Resumo da ópera: sem melhorar sua capacidade financeira e seu desempenho administrativo e financeiro, o Guarani sempre ficará em desvantagem em negociações com todos os gigantes do futebol brasileiro. Hoje o Guarani é um Popeye sem espinafre. Esta é a realidade. Nua e crua.

(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)