Ponte Preta: sem paz e harmonia e boa fase técnica dos atletas nem Guardiola resolve a situação

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Vou repetir alguns chavões  espalhados a respeito da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro. Estou entre aqueles que consideram que o time não está bem treinado, tem falhas de funcionamento no mecanismo ofensivo e defensivo e demonstra uma retranca absurda quando joga no estádio Moisés Lucarelli.

A torcida encontra-se inconformada com a presença do técnico Felipe Moreira no banco de reservas.

Ficou estabelecido uma queda de braço.

De um lado os torcedores organizados e os componentes da Diretoria Executiva, que apoiam o treinador pontepretano. Do outro lado do palco, os torcedores comuns, que extravasam o seu inconformismo nas redes sociais.

Antes de continuar, um recado importante: Marco Antonio Eberlin tem o todo direito de decidir e defender a permanência de Felipe Moreira. Primeiro porque ele foi eleito para exercer o cargo e para tomar decisões. Em segundo lugar porque nós, cronistas e torcedores não temos acesso aos treinamentos. Já o dirigente tem a facilidade de assistir tudo. E quando não está presente certamente tem assessores de confiança para lhe transmitir todas as informações.

Só que todas essas prerrogativas usufruídas por Eberlin não quer dizer que nós, cronistas esportivos e torcedores, somos forçados e obrigados a concordar com suas opiniões e pensamentos a respeito da Ponte Preta.

Vivemos em um estado democrático de direito. A divergência faz parte de qualquer área de atividade humana. Não seria diferente no futebol.

Feito este diagnóstico do que ocorre nos bastidores, é mais do que necessário falar de um componente deste intrincado quebra cabeça: os jogadores.

Já falamos sobre a responsabilidade de Felipe Moreira no processo e como isso atrapalha o desenvolvimento de alguns jogadores, como Matheus Jesus e Elvis. Só que algo precisa ser colocado: alguns jogadores também deixam a desejar na parte técnica. Quando você encara problemas táticos e técnicos essas debilidades podem ser sanadas quando jogadores tem boa qualidade. Um brilho individual pode salvar um trabalho mal conduzido. E isso proporciona tempo de reconstrução.

A Ponte Preta juntou o pior dos dois mundos.

Não tem um esquema tático com começo, meio e fim e muitos atletas não se encontram no esplendor técnicos. Vou citar dois. Não com objetivo de expô-los e sim para produzir reflexão. O primeiro é Pablo Dyego. Seja por falta de ritmo de jogo proporcionado pela parada após lesão ou devido a queda técnica, o fato é que o atacante está longe do ideal. Assim como Jeh preocupa pela sua instabilidade no gramado. Ansiedade na hora de concluir ou até um embate desnecessário na comemoração do gol. Sem contar que Léo Naldi e Felipe Amaral já foram muito mais produtivos.

Hoje temos uma nova tentativa de recomeço. Vencer o Sampaio Côrrea e produzir um bom futebol pode ser a trégua que procura a Ponte Preta.

O hino da Macaca, de autoria de Renato Silva, afirma em seu verso final que a Ponte Preta é de paz e de Guerra. A alvinegra precisa de paz para viver e deixar a guerra apenas na letra de um hino que retrata a paixão de uma nação e não o ódio inconsequente de pessoas e grupos.

(Elias Aredes Junior com foto de Diego Almeida-Pontepress)