Guarani e um novo empate: será que o técnico e os jogadores são os únicos responsáveis?

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Cotidiano é prazeroso. Sinal de disciplina. Atitudes repetidas dia após dia, semana após semana, ano após ano. É por intermédio deste comportamento que somos capazes de planejar conquistas ou nos estabelecermos em uma zona de conforto.

Repetir determinadas ações vira uma cilada. Especialmente quando são equivocadas. Pegue o Guarani. Há quantas partidas afirmamos sobre sua queda de rendimento físico, ausência de eficiência nas conclusões e rendimento de alguns jogadores abaixo do esperado? Aconteceu novamente. Acredito de que dessa vez foi pior. O desempenho no segundo tempo contra o Tombense foi desastroso.

Empatar em cima da hora contra a Ponte Preta no Moisés Lucarelli tem gosto de vitória. Tomar dois gols na etapa final contra a Chapecoense produz um sentimento de frustração, mas existiu o consolo de que o time catarinense trabalhou para transformar o quase impossível em realidade.

Dessa vez não. As limitações do Tombense são claras. Excetuando-se um brilho e ali de Egídio, a equipe mineiro tem muito pouco, quase nada para oferecer. Candidatissimo ao rebaixamento. Pode escapar? Pode. Só que será surpresa.

Sem contar a incapacidade do Guarani de ganhar rebotes no segundo tempo. Por diversas vezes os anfitriões tirava a bola dos bugrinos como se tira doce de uma criança.

Alguns poderiam alegar que a demissão dos preparadores físicos é a solução ideal. Não, não é. Ou pedir para Bruno Pivetti mudar o seu esquema tático. Também não é a saída. Aliás, seria um erro grosseiro de gestão.

O Guarani conta com profissionais gabaritados e que demonstraram uma folha impecável de serviços prestados. Será que não está hora de pedirmos uma explicação sobre aquilo que é colocado á disposição destes profissionais? Em resumo: infra-estrutura.

Nos últimos anos, a cada eleição, os dirigentes que estão no Conselho de Administração ou como CEO vendem um paraíso aos associados e torcedores. Pregam aos quatro cantos sobre a evolução do clube nas suas instalações.

Cá entre nós: se a melhoria é tão acentuada porque isso não se reverte no gramado.

Pense.

Reflita.

Enxergue.

Em 2017, o Guarani foi o 16º colocado com 44 pontos. No ano seguinte, foi o nono colocado com 54 pontos. Na edição de 2019, após um primeiro turno vexatório, a equipe precisou comemorar o 13º lugar com 44 pontos.

Em 2020, o enredo foi repetido e o time ficou de novo na 13ª posição com 48 pontos. Daniel Paulista conduziu o time a um honroso sexto lugar com 60 pontos. No ano passado, a chegada de Mozart levou o time ao décimo lugar com 51 pontos. Sem contar o desempenho deste ano, o Guarani tem uma média de 50,1 pontos por temporada. Ou seja, um time de zona intermediária.

Ou seja, Bruno Pivetti tem um desempenho além do que o Alviverde faz na média na Série B. E talvez devemos chegar a conclusão que ao invés de criticar e espezinhar os atuais jogadores e comissão técnica, devemos cobrar e exigir que os dirigentes do Guarani larguem o discurso vazio e superficial e ofereçam para valer as condições de trabalho com padrão de excelência e com isso o time bugrino possa realmente brigar pelas primeiras colocações da Série B. Chega de ilusão!

(Elias Aredes Junior-Com foto de Victor Souza/Tombense)