Ponte Preta, Thalles e falta de empatia de quem compartilhou imagens de uma tragédia que dilacerou uma família

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Redes sociais tem aspectos positivos e negativos. Incompreensíveis. Fora de eixo. Fatos extemporâneos servem para deixar tais características afloradas e provocar reflexão.

Desde a manhã de sábado, torcedores de Ponte Preta e Vasco estão consternados pelo falecimento do atacante Thalles. Um jogador com potencial incrível quando falávamos de sua força e vitalidade.  Fez boas e más partidas pela Ponte Preta. Pela condição financeira da agremiação seria colocado em outro clube. Não deu tempo.

Pais, irmãos, parentes, amigos. Não há como descrever o sentimento de vazio pela perda de um ente querido. A mãe que não receberá um telefonema. O pai que nunca mais abrirá o Whatsapp ou a internet para ver o gol daquele que um dia corria descalço pela sala.

O amigo que trocava ideia sem se importar com a fama e o dinheiro. Tudo acabou. Repito: imagine o sofrimento de quem nunca mais terá o sorriso e a companhia de Thalles. Pode não ser importante para você. Mas era para eles.

A distancia não deveria provocar indiferença. Respeito, solidariedade e empatia são sentimentos ligados a morte. Deveriam. A passagem para uma outra etapa, independente da religião, é algo que mexe e define novos caminhos.

Mas o que você fez? Compartilhou fotos indevidas. Imagens fortes do acidente, do estado do atleta após a batida. O que você ganhou? O que recebeu em troca? Qual foi o lucro? Que morbidez é essa que te move para um lado sombrio da alma?

As pessoas com um mínimo de sensibilidade tiveram um sábado duro. Pois a toda a hora separaram alguns minutos para deletar as imagens que chegavam aos milhões em celulares e computadores.E de todos os jeitos.

Editorialmente, o Só Derbi recusa-se a abraçar tal procedimento. Não concordamos. Não aceitamos.E esperamos que um dia você acorde e veja o mal que faz a si mesmo e aos outros ao compartilhar algo que apenas machuca e dilacera o coração de quem já terá uma cruz tremenda para carregar a vida inteira.

(Elias Aredes Junior)