Por que a Ponte Preta acerta ao renovar o contrato de Eduardo Baptista?

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Escrevo na manhã de sexta-feira e antes de qualquer declaração do técnico Eduardo Baptista a respeito de sua renovação de contrato, determinada há 30 dias e noticiada pelo Só Dérbi. Independente do posicionamento do treinador, podemos dizer que esta é uma medidas mais sensatas tomada nos últimos anos pela diretoria da Ponte Preta, sem levar em conta os desdobramentos e possíveis interesses de concorrentes no futuro.

A renovação demonstra que a Ponte Preta resolveu abraçar uma filosofia de um futebol, algo que não existia desde o ano passado com a estadia de Guto Ferreira, agora no Bahia. Após o desligamento, no final do primeiro turno do Brasileirão do ano passado, a Macaca flertou com vários estilos: a modernidade de Doriva, a juventude de Felipe Moreira, o perfil aglutinador de Vinicius Eutrópio e a linha dura de Alexandre Gallo. Nenhuma deu certo.

E qual é a maneira de Eduardo Baptista de pensar futebol? É uma mistura de velocidade, criatividade no ataque, força de marcação no meio-campo e valorização de jovens valores revelados pelas categorias de base enquanto que atletas tidos como acabados foram colocados em período de recuperação e valorizados no Brasileirão. Rhayner e Nino Paraíba encontram-se presentes para confirmar a tese.

Outra vantagem da renovação é demonstrar de maneira cristalina que o trabalho de médio e longo prazo é o caminho para buscar a conquista do tão sonhado título. Faça um retrospecto: invariavelmente quem conquista é quem aposta em uma ideia de futebol em longo prazo. O Corinthians é o último campeão brasileiro, mas Tite trabalhou desde janeiro e não teve seu cargo ameaçado apesar das eliminações na Libertadores, Paulistão e na Copa do Brasil. 

Vou além: a medida foi acertada mesmo se Eduardo Baptista no futuro aceitar uma proposta. No passado, a Ponte Preta também perdeu treinadores e por vezes sem o pagamento de multa rescisória. O “treineiro” tirava os pertences nos armários do CT do Jardim Eulina e no Majestoso e não dava um tostão em troca.

Dessa vez, não. Com o estabelecimento de multa, a Macaca sabe que a saída do profissional provocará o ressarcimento financeiro, uma vantagem em tempos de penúria financeira nos clubes médios e pequenos. Dá para apostar que Baptista também pensará duas vezes antes de aceitar qualquer tentação, mesmo que o pretendente seja o Corinthians ou outro gigante endinheirado. Seria um processo desgastante aceitar uma proposta sendo que o vinculo no atual clube foi reforçado.

Colocados tais argumentos, dá para dizer que a diretoria pontepretana esforça-se para provar a torcida sua determinação pelo título. Vai colher os frutos desejados? Que o destino lhe dê a resposta desejada.

(análise feita por Elias Aredes Junior)