Por que o Guarani esqueceu de José Duarte?

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Carlos Alberto Silva está eternizado na história do Guarani. Fato. Condutor da equipe campeã brasileira de 1978, o ex-treinador da Seleção Brasileira também levou o time a quarta colocação da Copa Libertadores de 1979 e obteve a terceira colocação do Brasileirão de 1994. Marcante. Tais números não deveriam provocar esquecimento de outros profissionais que fizeram história no Brinco de Ouro e hoje estão esquecidos tanto por dirigentes como por torcedores. Exemplo prático: por que o legado de José Duarte é ignorado no dia a dia? Por que não é comentado com entusiasmo?

Adepto da escola focada em tratar seus jogadores como autênticos filhos, mas com conhecimento tático apurado, José Duarte teve cinco passagens no clube e sempre deixou um legado marcante: dirigiu o time em 404 oportunidades, segundo dados de José Ricardo Lenzi Mariolani, especialista na história do clube. Só para se ter uma ideia, Carlos Alberto Silva contabiliza 297 partidas, Armando Renganeschi tem 201 

Zé Duarte foi detentor de uma experiência única, que foi de trabalhar  1971 a 1975 sob o comando de Leonel Martins de Oliveira, presidente de 1970 a 1977. Não é loucura que o chamado “Zé do Boné” de um jeito ou de outro, colaborou para a montagem da estrutura que culminou com a conquista do título nacional.

Ele retornou em 1980 e foi o arquiteto de um time que entrou para a história. Primeiro por conquistar a Taça de Prata, após vencer o jogo inicial da decisão contra a Anapolina por 4 a 2 e obter um empate por 1 a 1 no Estádio Brinco de Ouro. No ano seguinte, José Duarte disputou o Campeonato Brasileiro e ficou com o terceiro lugar após cair na semifinal para o Flamengo, pelo placar de 3 a 2, jogo que registrou o maior público da história do Estádio Brinco de Ouro: 52.002 torcedores. Sem contar a sua colaboração para Jorge Mendonça anotar 88 gols e virar uma lenda alviverde.

Não há como discordar de que seu desempenho é notável. Também não dá para ignorar  os seus serviços prestados. Pergunta que não quer calar: as novas gerações de torcedores e dirigentes não deveriam conhecer o que foi construído por José Duarte? O técnico condutor do segundo maior título da história bugrina (Taça da Prata) não mereceria lembranças constantes?

O Guarani quer se viabilizar no presente e construir um futuro brilhante. Justo. Necessário. Urgente. Tais desejos, no entanto, não terão utilidade nenhuma se o clube e as arquibancadas não reconhecerem os heróis e anônimos que arquitetaram o passado.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

6 Comentários

  1. Quem conheceu não esquece. Mentira. Pelo menos nós torcedores. Assim como não esquecemos nunca de Vadão eternizado no derbi do século entre outros outros. A imprensa sim q esquece deles e puxa o saco de quem não deveria.

  2. Concordo com você Marcio, quem conheceu esses queridos Vadão, José Duarte, Jorge Mendonça, e até o grande menino Medina, jamais esquece, porém a imprensa é quem determina o que vai estar em foco.

  3. Na minha mente nunca será esquecido, não só porque sou sobrinho , mas sim pelos trabalhos realizados ao longo da vida e pelo homem que foi. Começando como treinador de uma equipe amadora de Campinas até chegar a seleção feminina aonde levantou de vez o futebol feminino do Brasil. Um treinador que era sempre bem vindo nos 2 clubes de Campinas. Conquistou acessos e títulos importantes ao longo da história. Mas eu acho que foi esquecido por muitos, pois revelou jogadores importantes na década de 70 e 80 e sempre era chamado nas horas mais difícil dos clubes campineiros. Mas eu garanto que pra muitos jogadores, família e principalmente pra mim nunca será esquecido. José Duarte ( Zé do Boné) meu técnico, meu ídolo eterno.

  4. obrigada por falar tão carinhosamente do meu pai Ze Duarte Elias!obrigada por contar para as novas gerações de torcedores do Guarani quem foi meu pai na historia do clube. e tambem como ele desenvolveu um trabalho de extrema importância para a historia do Guarani e do futebol Campineiro. acho que vc foi muito verdadeiro em suas palavras. e acho também que talvez a torcida bugrina tenha mais preconceitos em relação ao meu pai pq ele tb foi idolo na MACACA. e para polemizar eu lhe faço a seguinte colocação: um sintoma bem importante a respeito da pouca importancia que o guarani da ao trabalho do ze duarte no clube é que por anos a estrela de prata foi tirada da camisa do clube.

  5. Simplesmente Zé Duarte foi CAMPEÃO tanto no Guarani como na Ponte Preta. Na Macaca foi Campeão Paulista da Segundona em 1969. No Guarani foi Campeão Brasileiro da Segunda Divisão (Taça de Prata), em 1981. Uma façanha que pode ser igualada, mas não superada. Só isso.

  6. Sem contar que em sua carreira nunca teve um rebaixamento , um grande estrategista e um grande montador de times , com seu olhar técnico redescobria jogadores em outras funções .