Qual será o lugar de Gilson Kleina na história da Ponte Preta?

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Ao entrar em campo para encarar o Figueirense na próxima sexta-feira no estádio Moisés Lucarelli, Gilson Kleina vai completar 154 jogos no comando da Macaca, o mesmo patamar de Marco Aurélio Moreira. Já tinha a distinção de ser o treinador que permaneceu mais tempo sob o comando do grupo político de Sérgio Carnielli. A pergunta é necessária: qual será seu lugar na história da Ponte Preta?

Não serei leviano de igualá-lo ao patamar de Cilinho (345 jogos), Nico (260) e Zé Duarte (245). Só que também seria um acinte desprezar os obstáculos ultrapassados por Kleina para aparecer e vencer.

Quando foi contratado pela primeira vez, no final de 2010, Kleina tinha como currículo duas passagens pelo Duque de Caxias, na época comandada por Eurico Miranda. Tinha a fama de fazer muito com pouco. Recompensou a aposta feita por Niquinho Martins, na época um dos comandantes do futebol pontepretano e que bancou a aposta. Venceu. Quartas de final do Paulistão e acesso no brasileirão em 2011 e semifinal do Paulistão de 2012. Fazia um Brasileirão seguro quando foi chamado pelo Palmeiras.

Retornou no ano passado e viu o amor e o ódio caminhar lado a lado. Levou uma equipe veloz a decisão do Paulistão. Viu o sonho do titulo desmanchar-se com uma atuação abaixo da critica da defesa. A derrota por 3 a 0 sepultou os sonhos. Empatou por 1 a 1 na Arena, mas ganhou energia para o Brasileirão. Só que as vendas de suas principais peças (Pottker e Clayson) e a reposição deficiente abreviaram sua estadia, encerrada após perder do Atlético-GO.

Agora retorna e traz paz ao Majestoso. Qual será seu legado? A de um treinador que soube entender o que é a Ponte Preta, suas características e soube sair das armadilhas criadas pelas crises políticas. Apesar de passagens por Bahia, Palmeiras, Chapecoense, entre outros, Kleina virou a cara da Ponte Preta no Século 21: bem humorado, descolado, alto astral e obcecado pelos defeitos do adversário, a chave para a vitória.

O torcedor pontepretano pode até ficar ranzinza mas jamais poderá deixar de reconhecer: o Fred Flinstone foi um dos responsáveis em lutar para tirar o clube da idade da pedra e levar ao Século 21. Não é pouco.

(análise feita por Elias Aredes Junior)