Existem frases batidas ou conceitos clichês adequados para qualquer conjuntura ou cenário. No futebol então, estas reflexões são super válidas. Uma das minhas preferidas é que um cenário é aquilo que desejamos como o futebol deve ser. Outra coisa é o futebol como ele é. Sem retoques.
No meu mundo ideal, os torcedores seriam fanáticos, apaixonados e em todas as rodadas o estádio estaria lotado. De todos os clubes. Existiria um sentimento comunitário capaz de mobilizar o torcedor seja qual fosse o resultado. A realidade é bem diferente. Pelo menos no Guarani.
Após tantos anos de sofrimento e com resultados negativos, o torcedor está ressabiado. Ele quer ver para crer.
Na estreia contra o Avaí o público registrado foi de 3.569 torcedores.
A decepção foi sentida em vários grupos de discussão. Não deveria ser assim. Basta verificar que na sua primeira partida como mandante na Série B de 2018, o Guarani venceu o Sampaio Côrrea com 4644 pagantes. Reflexo direto da Campanha na Série A-2, quando o time foi campeão ao vencer o Oeste por 4 a 0.
No ano seguinte, após um Paulistão decepcionante e a eliminação precoce na Copa do Brasil para o Avenida (RS), o empate sem gols contra o Figueirense, válido pela rodada inaugural teve 2387 pessoas no Brinco de Ouro. Ou seja, a ressaca não tinha passado.
Em 2020, a segundona foi toda disputada com portões fechados por causa da pandemia do Coronavirus, assim como a parte inicial de 2021. Mas a aquela edição, o time comandado por Daniel Paulista mostrou que o time cativava o torcedor. Tanto que a vitória sobre o Avaí por 4 a 0 foi presenciada por 7487 pagantes. No ano passado, o empate por 0 a 0 contra o Sport, válido pela segunda rodada, teve 3213 torcedores.
Dura e triste conclusão: quer ver o Brinco de Ouro lotado? Não tem outro jeito: o time precisa conquistar a confiança da torcida. Com resultados. Fora disso, a média não mudará.
(Elias Aredes Junior-Com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)
